Capítulo 2 ♡

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Quando eu acordei, abri meus olhos bem devagar e ainda via tudo embaçado, esfreguei os olhos e consegui abri-los. Quando percebi que estava no meu quarto e minha mãe estava comigo. A luz passava pela janela e fazia meus olhos arderem. Como se isso fosse uma obrigação, me levantei e olhei para o meu lado, minha mãe estava acariciando meus fios com um olhar preocupado.

— Filha! Que bom que acordou, eu fiquei tão preocupada – Sua voz embargada me confirmava sua preocupação. — Como você está? Fizeram algo com você? Porque não esperou o David filha? Porque você....

—Mãe! – Adverti ela arregalando os olhos —Vai devagar com as perguntas. – Cocei meus olhos e bocejei.

Eu sentia meus músculos doloridos e minha cabeça levemente doía. Coloquei a mão na minha têmpora e massageei com esperança de aliviar a dor na cabeça.

— Me desculpe, mas eu fiquei muito preocupada quando o David disse que você pegou o ônibus que ia para tão longe. – Disse pegando minha mão e apertando de leve.

O David a avisou, era isso. Eu ainda estava confusa sobre algumas coisas, como por exemplo, quem me ajudou a sair de lá, eu realmente estava em apuros e fiquei com muito medo. Eu não sei porquê, mas algo dentro de mim deseja que tenha sido o David, ou é algo avisando, mas eu duvido que tenha sido ele.

— Mãe, quem me achou? – Eu precisava matar minha curiosidade.

— Foram seu irmão e o David. – Ela sorriu de leve. Meu coração deu uma palpitada diferente, mas eu ignorei, era apenas nervoso.

— O David?

— Sim, depois que você pegou ônibus ele ligou para cá e falou então ele e seu irmão foram atrás de você, ele disse que viu você pela janela do ônibus e desceu para ir atrás de você na rua e aí esbarrou no David e desmaiou.


— Entendi – Fiz um coque bagunçado no meu cabelo e prendi ele com o próprio cabelo.

— Quer comer bolo de chocolate? Sei que ama. – Ela se animou de repente e levantou da cama num salto.

Assenti com a cabeça e então ela saiu do quarto, levantei e fui para o banheiro tomei um banho longo e lá resolvi tentar... orar... afinal eu pedi a ajuda Dele e Ele me ajudou. Ainda é difícil para mim retomar velhos hábitos, coisas que nem lembro de como fazer direito como a oração. Uma conversa com um ser divino invisível, mas eu acredito n'Ele.

"Deus, eu não sei falar direito com você, mas ... Obrigado por não deixar aqueles dois me pegarem, obrigado por ter me protegido e me perdoa por não saber mais o que dizer"

Era uma oração simples, talvez nem seja uma oração na verdade, mas eu pelo menos estou tentando, eu acho. Espero que isso chegue até Ele.

Sai do banho e fiquei me olhando pelo espelho, deixei meu cabelo secar naturalmente e então vesti uma roupa confortável, quando sai do banheiro dei de cara com meu irmão encostado na porta com cara de preocupado. Ele estava com algumas olheiras e seu olhar estava distante, eu sei o quanto ele deve estar bravo por eu ter feito isso.

—Dormiu bem? – Ele não olhava para mim, mas eu podia ver seu ar bravo. Ele estava contendo falar algo sobre ontem.

—Sim

Ele veio na minha direção e me abraçou forte e senti as lágrimas dele caindo no meu ombro e isso fez com que eu me derramasse em prantos também. Eu tinha uma forte ligação com ele, nunca fomos do tipo de irmãos que brigam muito, a não ser quando era algo sério – O que raramente acontecia – Na verdade ele sempre foi muito protetor.

Uma verdadeira razão para viverWhere stories live. Discover now