Capítulo Três.

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"But leaving here with you, what if you will be living on the dark side?"

-Moon, The Cab

No outro dia, as palavras de Nate ficaram em minha cabeça. Atormentando-me, como se eu precisasse saber daquela frase em algum momento.

Ou talvez fosse só minha curiosidade junto com minha ansiedade brincando com minha cabeça.

Era sexta-feira e a animação de sair do internato era palpável. Não só minha, embora isso fosse óbvio, mas todos os alunos pareciam guardar a expectativa para aquela festa em particular. Pelo que soube de Amber, não iria ter nada demais: uma banda qualquer tocaria, haveria bebida (não para mim, ela deixou claro) e muitos adolescentes se beijando, o que, de novo, era óbvio.

Ainda sim, aquela curiosidade não me deixou concentrar completamente em como seria poder conhecer Bridgeville.

No almoço, brinquei com o macarrão e esperei Amber sentar-se junto com Kate, em seguida, ansiei até o momento que Willa começou a comentar sobre as líderes de torcida com ela e inclinei-me na direção de Amber, ensaiando um discurso sobre citações em geral.

- Asfixiado? Isso é tão dramático. Parece Shakespeare, não sei ao certo. Onde viu essa?

Até pensei em dizer, talvez comentar que conversei a sós com Nate, mas Amber me acusaria de estar arruinando o melhor casal da Durham e eu não precisava de mais uma reputação dessa nas minhas costas. Não quando eu não sabia, ainda, o que eu faria para chegar até ele.

- Eu devo ter visto no Facebook.

Amber franziu o nariz.

- Facebook, o lugar dos românticos idiotas.

Dei uma risada, deixando o assunto no esquecimento, mas a ideia de minha prima continuou em minha cabeça.

Shakespeare. Autor. Um livro! Claro que sim, ele poderia ter visto isso em um livro e eu poderia tirar aquela dúvida de minha cabeça, fazer com que a curiosidade deixasse de me atormentar de noite.

Talvez ele realmente tivesse apaixonado por Megan ou aquela fosse a citação preferida de algum livro que lera nos últimos dias, de uma cena preferida que ficara marcado em sua cabeça... Não que com todo aquele porte, ele fizesse o tipo romântico, talvez o calado sedutor ou meia boca sedutor.

Minha curiosidade me levou até a biblioteca.

Era um lugar bonito, arejado, cheio de prateleiras, carpete vinho, não prestei atenção nos detalhes. Continuei batendo meus tênis, apertando a alça de minha mochila, ansiosa, enquanto seguia até o balcão da bibliotecária.

- Olá.

- Para reservar o livro, precisarei de sua carteirinha de estudante. Para procurar um livro, vá até os computadores da esquerda...

- Não. – eu a interrompi, revirando os olhos

A mulher, quase na casa dos trinta, com cabelos puxados em um rabo de cavalo firme, me olhou por cima dos seus óculos e sorriu.

- Me desculpe, em que posso te ajudar, querida?

- Hm... Nate Ewings, sabe?

- Claro! O que houve? Você não pode entregar livros por outras..

- Não. – balancei a cabeça – Ele leu um livro e disse que era incrível, mas esqueceu o título porque já tinha entregado, então me pediu para checar aqui...

- Os últimos livros de Ewings... – ela ajeitou os óculos em seu nariz – Ewings, Ewings, Ewings... Ah! Você viu que o pai dele saiu ano passado como empresário mais feliz do Reino Unido?

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