Capítulo 35 (Final - Parte 2)

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Matheus

- Matheus você é uma lesma! Nunca precisou correr em uma ambulância? - disse Alice equilibrando dois copos de capuccino nas mãos .

- As vezes eu acho que você não sabe que sou médico. Eu não dirigia ambulâncias eu mantia os pacientes vivos nela! - retruquei e ela balbuciou "corre ".

- Temos dez minutos para o início do julgamento e advinha? Tem café derramado até na minha alma! Acho até que meu amiguinho tá quase tostado - comentou Taylor, com irritação na voz.

Seis minutos depois chegamos ao estacionamento do tribunal. Alice desceu com os sapatos na mão e virou de uma vez o copo de capuccino na boca, e em seguida me entregou o outro.

- Taylor, você está todo sujo, parece criança! Sua sorte é que vai ficar sentado. - Alice falou e em seguida me olhou - Você está com cara de quem não dormiu bem, isso é bom para comoção não só da juiza como dos repórteres. Tá perfeito.

Ela se encostou no carro para colocar o salto, em seguida arrumou o cabelo e saiu andando na frente. Aproximei-me o máximo até segurar sua saia puxar mais para o lado.

- Estava torta - falei e ela me olhou - Espero que dê tudo certo.

- As chances de dar certo são grandes, graças à dançarina. Você guardou o número dela?- questionou Ali, eu apenas afirmei com a cabeça.

Entramos no elevador, e o espelho evidenciava nossa feição de cansaço. Passar a noite rodando o rio de janeiro atrás de provas não foi fácil.

- Tay, você está com as imagens? - perguntou Ali.

- Sim - ele respondeu.

- Tem certeza?

- Alice Sanclear, vai dar tudo certo, entre e faça o que você faz de melhor, discutir - disse Taylor.

A advogada segurou minha mão, sorriu em sinal de esperança, em seguida soltou e entramos no tribunal. Os flashs me deixaram com tontura, não fui o único, já que Alice parou por alguns segundos e se apoiou na parede.

Passou-se alguns minutos a juíza entrou, fez as saudações e deu a palavra à Alice.

- Primeiramente bom dia a todos, sinto-me honrada em fazer parte de um julgamento no qual a mediadora vossa excelência demonstra total discernimento e imparcialidade dos fatos. Pois bem, vamos nos ater à cronologia, ontem o ilustre membro do ministério público ao expor os fatos acabou por evidenciar um vídeo do meu cliente puxando a senhorita Pacheco com agressividade para dentro da sala de seu consultório, e após exatos trinta minutos as câmeras registram sua saída - ela olhou para Taylor que apertou no controle, e em seguida apareceu as imagens nas televisões espalhadas pela sala - Por sinal, pode notar que a blusa da senhorita encontra-se levantada, sem mencionar o rosto cheio de lágrimas. Qualquer pessoa de fato afirmaria que Adriana Pacheco fora vítima de abuso sexual.

Breves cochicos de concordância foram ouvidos pela sala, no entanto logo cessaram quando Alice continuou.

- Porém, hoje deixarei os registros da câmera de segurança por mais tempo em análise.Vou contextualizar melhor e deixar o mais claro possível a ordem dos fatos. Após meu cliente ficar ciente que Adriana estava grávida, ele resolveu dar uma chance para a relação com a mãe de seu filho, no entanto as coisas continuavam difíceis, pois a senhorita Pacheco não respeitava nem seu local de trabalho, como podemos ver no dia do suposto estupro.

Alice pediu para que Taylor voltasse para a chegada de Adriana no meu consultório. As imagens mostraram ela escancarando a porta do consultório e logo após uma moça saindo rapidamente.

Defesa Quase PerfeitaWhere stories live. Discover now