Capítulo XLII

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Quem quer maratona?

Vamos lá!  1/3

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Camila POV

Lauren se despedia de sua mãe, David dormia exausto em um sofá enquanto Anne ocupava outro. Os movimentos de Lauren eram delicados e cada vez que ela mexia em seus cabelos algo pulsava em mim, não de um modo sexual, mas o simples pulsar de uma adolescente boba e apaixonada, que suspirava fortemente compenetrada nas ações do seu grande amor.

Mesmo nós termos percorrido um tempo enorme, eu me senti de volta ao nosso primeiro encontro. Era como olhar para Lauren universitária, naquela noite eu estava com doses além da conta de álcool no sangue, e ela estava conversando com a anfitriã, Normani, e eu fiquei ali pensando no próximo passo, como me aproximar, como começar um diálogo sem estragar algo que já borbulhava em meu peito. Amor à primeira vista? Responderia com encantamento ao primeiro olhar, você simplesmente nunca viu a pessoa na sua vida, mas quando seus olhos pousam nela, algo minúsculo é semeado em seu peito e cabe a você decidir cultivar ou não, permitir ao não que este sentimento desabroche ou morra por falta de adubo. E enquanto Lauren conversava timidamente com Normani eu sentia falta daqueles olhos quentes sobre mim, mesmo ela tendo me olhado por poucos minutos, eu não entendia, mas algo em minha mente me traia e lá estava eu admirando-a como uma psicopata.

Ela partiu sem dizer adeus a mim, mas em um dado momento da conversa ela olhou em minha direção e me flagrou admirando-a, minhas bochechas coraram profusamente e ela sorriu encabulada, aquele sorriso despiu minha alma e eu me senti completamente vulnerável a uma estranha. Depois de sua partida a festa havia perdido grande parte do seu brilho, estava desfocada, como se faltasse o verde para recolorir aquele padrão cinzento e sem graça.

A memória falha com o tempo, mas acho que Lauren não chegou ficar uma hora no mesmo espaço que eu, e, mesmo com sua curta passagem em minha vida, me peguei refazendo nossos passos e tomando atitudes diferentes, lá estava eu regando aquela sementinha. Eu senti tanto falta dela na festa, que tudo o que eu queria era voltar no passado e poder abraçá-lo novamente, ciente que teria como desculpa para tal ato, o álcool.

- Tchau Camila! – a voz do meu sogro me trouxe ao presente. – Feliz Natal! – ele sussurrou mais uma vez quando me abraçou.

- Camila. – Clara me chamou timidamente, pois desde o incidente da bofetada eu ainda estava receosa, e ela parecia pisar em ovos para falar comigo. – Feliz Natal, obrigada pelo convite, a ceia estava ótima, na verdade tudo estava incrível.

Concordei com a cabeça e acenei com a mão, não estava tão espirituosa para abraços. Ela sorriu sem graça, beijou o rosto da filha e saiu.

A casa estava uma verdadeira zona de guerra, usando um pouco de hipérbole. Lauren abraçou minha cintura e beijou meu rosto.

- David estava tão feliz e por um milagre divino a turma barulhenta descarregou suas baterias.

- Nunca vi duas adolescentes mais crianças, que Sofia e Gina. – rolei os olhos, divertida. – Em certo momento cheguei a cogitar colocá-las de castigo como duas crianças.

- Se elas fossem para o castigo, Dinah certamente teria que ir como o líder daquele grupo rebelde e arruaceiro de crianças. – informou.

- Bem lembrado... – apertei suas bochechas com uma mão. – Dinah quando está com os irmãos mais novos perde a noção da idade... Tanto que pedi para David não quebrar nada... – choraminguei.

- Ele ficou todo amuado quando derrubou o porta-retratos... – relembrou. – Eu só não briguei com ele pela sujeira porque fiquei amolecida com sua explicação... – seus olhos brilharam e um sorriso brotou em seu rosto. Neguei com a cabeça. Lauren era tão mole para o lado do filho, bastava ele choramingar mais que três vezes ela o perdoava de qualquer má-criação. - Ele só queria mostrar a foto de nós três juntos para Rachel...

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