Capítulo XXXIV

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Lauren POV

A felicidade encontra-se na simplicidade do cotidiano, no acordar e fazer um belo café da manhã para quem se ama, no dormir enquanto lê seu livro favorito, encontra-se ao chegar a sua casa e tirar os sapatos depois de horas usando-os, você deixa seu dedos livres e sente o frio do chão em seus pés. A felicidade não é programada, não é duradoura, aparece quando menos se espera, quando não se programa, em momentos singelos, mas passageiros. Minha felicidade naquele momento estava em admirá-la perdida em seu mudo de afazeres para o Natal, que se aproximava.

Anos poderiam se passar e a velhice chegar, mas as manias de Camila para aquela época do ano permaneceriam as mesmas. Camila descia com caixas e mais caixas do sótão para montar e enfeitar a árvore e a casa. Segundo ela, era um ritual feito nos últimos anos com David e ninguém mais, mas esse ano eu estaria presente. Eu não comemorava essa época do ano ou qualquer outra festividade há um bom tempo, mas todo o espírito natalino renasceu em mim. Na verdade todas as coisas boas da vida têm renascido em mim depois que eu voltei para meus longos momentos de felicidade, para o amor, para uma família.

Toda essa nova vida me trouxe de volta a paz, quando penso em Camila me sinto flutuar, como se tocar as nuvens não fosse algo impossível. David enche meu coração de uma felicidade inexplicável e algo doce invade minha boca.

- Amor? – Camila resmungou da escada. Levantei-me do sofá e fui à busca de sua voz. Ela descia as escadas com dificuldade por causa da caixa que carregava, deveria estar pesada. Subi alguns degraus e peguei o que, segundo ela antes de subir as escadas, seria a última caixa. – Pensei que me deixaria fazer todo o trabalho, sozinha! – colocou a mão na cintura e abriu uma adorável carranca. Selei nossos lábios rapidamente. Camila riu discretamente.

- Amor, por que tem tantas caixas. Essa árvore tem quantos metros? – perguntei curiosa. Coloquei a caixa ao lado das outras e sentei no sofá. Camila sentou nas minhas pernas de frente pra mim, suas pernas em cada lado das minhas coxas. Abraçou meu pescoço e descansou a cabeça em meu ombro. Comecei a fazer um leve carinho em seus cabelos. – O que você quer me pedir agora? – perguntei. Camila riu gostoso contra minha pele.

- Não posso sentar no colo do meu amor? Para fazer isso preciso querer algo? – ela sussurrou. Seu rosto ainda escondido em meu pescoço. Camila começou a beijar preguiçosamente meu pescoço. – Natal está chegando, época de comprar presentes e confraternizar com quem se ama. Tempo de renovar a fé e desprender-se das mágoas e rever os erros e as aprendizagens adquiridas ao decorrer do ano. Época de fazer novos planos... – mordiscou minha orelha, minhas mãos estavam subindo e descendo por sua coxa. – Saiba... Senhora Jauregui, que é a época favorita do seu filho. É quando todos se encontram reunidos aqui em casa para a ceia de Natal. David adora fazer compras, pois eu dou um valor para ele comprar os presentes pra quem ele acha que deve dar, então ele se sente mais responsável e adulto. – Camila começou a beijar minha mandíbula até meu queixo. – E eu queria que você fosse... – ela se afastou, começou a me encarar, seus olhos vasculharam o cômodo antes de se encontrarem com os meus. – Seth vai passar o Natal com a mãe dele e semana que vem embarca para Chicago. – sua mão enlaçada em meu pescoço fazendo um carinho em minha nuca. - Ele queria fazer compras com David e eu queria que você fosse com ele. – ela selou nossos lábios inúmeras vezes. Suas palavras ainda rodavam em minha cabeça em busca de compreensão.

- NÃO. – discordei. – Tudo menos isso, Camila. – ela tentou me beijar, mas virei o rosto. Camila riu da minha cara, tive vontade de socá-la. – Peça-me qualquer coisa, mas passear com esse sem noção como se ele fosse parte da família, isso eu não me sujeito.

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