*Capítulo 29*

152 10 5
                                    


                - O que? – falei, sem ter certeza de ter entendido certo.

       - É isso mesmo, Agnes. – falou o Silas. – Você não pode sair com o Matheus.

       - Como assim "eu não posso sair com o Matheus" ?

       - É, Agnes. Eu sou amigo dele e o conheço. Ele não gosta realmente de você. Você pode achar que sim, mas eu garanto que não.

       Eu fiquei sem palavras. Porque ele estava falando aquilo? Eu não acredito que o Matheus me ame nem nada, mas acho que ele pode gostar de mim sim. Não soube nem o que responder, apenas soltei uma respiração indignada.

       - Ele só está querendo aproveitar o máximo que puder antes de ir para o exército. Sabe que vai ficar sem sair com meninas, ou pelo menos meninas bonitas, por um bom tempo e quer apenas se divertir com algumas garotas aqui antes de ir.

       - Silas, você está se ouvindo? Você está prestando atenção nas palavras que estão saindo da sua boca? Está percebendo o quão ridículo isso tudo é? – falei, indignada.

       Quem ele achava que era para me ligar do nada e fazer todas essas acusações contra o Matheus?

       - Agnes, você tem que acreditar em mim. Eu estou falando a verdade. Só estou tentando te proteger, eu sei o que é melhor para você.

       Após escutar isso não consegui controlar a gargalhada irônica que se seguiu.

       - HAHAHAHAHA Você? Sabe o que é o melhor para mim? Silas, a gente já se conhece há um ano, mas parece que tem alguns dias. Se você realmente me conhecesse e soubesse o que é o melhor para mim... – comecei a falar, mas me interrompi, antes que a raiva me fizesse dizer coisas das quais eu me arrependeria, coisas que eu não deveria falar.

       - O que? – perguntou ele. – Termina sua frase, Agnes!

       - Silas... não importa.- Eu mal conseguia falar. Estava ofegante de tanta raiva. – O fato é que você não tem direito nenhum de me ligar e me dizer com quem eu devo ou não devo sair.

       - Agnes, eu não estou entendendo essa raiva toda. Eu achei que estava te ajudando e te protegendo. Mas, hey, se você é boa demais para receber conselhos então tá bom. Faça o que você quiser, deixe que o Matheus seja um idiota com você e te use...

       - Eu não preciso da sua proteção, ok? Você quer me ajudar? Então faz o seguinte... amadurece. Amadurece e só depois fala comigo, tá bom? – e desliguei o telefone.

       À essa altura, minhas mãos estavam tremendo. Eu queria chorar, mas não te tristeza e sim de raiva. Eu não consigo explicar a revolta que eu estava sentindo nesse momento. Como pode o Silas ser tão cego? Ele gosta de mim e não percebe! Ou pelo menos não admite e não faz nada a respeito. Ele não consegue me ver com outros caras, mas não pensa o quanto é ruim para mim o ver com a Vivs. E ainda por cima ela é uma de minhas melhores amigas. Isso é inacreditável. Nesse momento eu só queria quebrar um jogo inteiro de pratos de porcelana para aliviar minha ira.

       Ao invés disso, fui à cozinha, bebi um copo de água e voltei para meu quarto. Sentei em minha cama e fiz alguns exercícios de respiração, para me acalmar. Tentei esvaziar minha mente e não pensar em nada. Eu não podia ficar tão desconcentrada apenas três dias antes do vestibular. Por sorte minha pequena meditação surtiu efeito. Ao final de quinze minutos eu já estava muito mais calma e consegui estudar o planejado para aquela noite.

Uma Segunda Chance Para O AmorWhere stories live. Discover now