*Capítulo 31*

53 4 1
                                    



       *Dia 1*

       O despertador tocou 5 horas da manhã do meu lado e em dois segundos eu já tinha o desligado. Nada me irrita mais do que o barulho chato de um despertador tocando no meu ouvido logo cedo pela manhã. Prefiro acordar logo e começar o dia. Ainda mais hoje, que seria o dia de ir para São Paulo com a turma! Eu estava dormindo em um colchão avulso no quarto da Vivs. Eu e Clarisse resolvemos dormir na casa dela para irmos juntas para a Viagem. Seria melhor para nossos pais, que não precisariam todos madrugar e ótimo para nós, que começaríamos a diversão um pouco antes. Olhei para a cama ao meu lado, onde Vivs e Clarisse permaneciam em um sono profundo, aparentemente sem ter notado o barulho do despertador. Acendi a luz e as outras duas começaram a se mover. Tomei um banho e fiquei pronta. Arrumamos toda a bagunça que fizemos no quarto da Vivs, descemos com as malas e esperamos pelos pais dela.

       Primeiro passamos no Café Moulin e compramos café da manhã e depois fomos para a escola, onde era o combinado de todos nos encontrarmos e onde o ônibus passaria para nos levar ao aeroporto. Pelo visto nós havíamos calculado o tempo um pouco errado. Chegamos lá cedo demais, ainda era 6 horas da manhã e o combinado era apenas 6:30. Ninguém tinha chegado ainda, e nem mesmo o treinador Alexandre, que seria nosso chaperone, estava lá. Para nossa sorte, não demorou muito e ele chegou e alguns minutos depois os outros alunos também começaram a chegar aos poucos. Tiramos uma foto do grupo todo antes de partir e entramos no ônibus.

       Chegamos no Aeroporto Santos Drummond aproximadamente às 7:30, tiramos nossas malas do ônibus e fomos em fila indiana fazer o check-in. As malas tinham um limite de 23 quilos e a da Vivs foi a mais pesada, com 24 kg! A minha pesava 18,5 kg, as da Clarisse e Ágatha pesavam 19,5 kg e a do Sandro 20 kg, mais pesada do que a de nós 3! Fiquei tão feliz que a minha mala era a mais leve, foi uma vitória pessoal. Nunca achei que eu pudesse ser organizada o suficiente para trazer tudo o que preciso e ainda ter a mala mais leve de todas! Apesar disso, levei algo a mais comigo, que não poderia imaginar ficar sem durante essa viagem com os amigos: minha bola de vôlei. Sempre que possível eu e Vivs trocávamos alguns passes, ficávamos dando toques, ora de vôlei ora de futebol. É claro que os meninos adoravam se intrometer. Matheus, Silas e Sandro não perdiam uma oportunidade de tentar roubar a bola, o que logo chamou atenção do treinador Alexandre, que nos botou no eixo.

       Quando todos terminaram de fazer o check-in fomos para o nosso portão, deixamos nossas malas de mão próximas umas das outras perto de alguns assentos, onde a senhora Garcia, mãe da Stela, nossa outra chaperone da viagem, ficaria vigiando tudo enquanto nós teríamos tempo para fazer algumas últimas coisas, como ir no banheiro, tomar café da manhã ou comprar algo que precisássemos. Tinham tantas lojas no caminho que me fizeram querer parar a gastar todo o meu dinheiro, mas tive que me controlar para não torrar tudo o que eu teria para gastar em uma semana em São Paulo.

       O Matheus e eu nos comportamos normalmente um com o outro durante o dia todo. Depois de toda aquela história com o Matheus, eu não sabia como seria a melhor forma de me comportar. Primeiro eu havia dito que sairia com ele, e depois do drama com o Silas em que ele basicamente implorou para que eu não saísse com o Matheus, eu passei a ignorar completamente suas mensagens, sem dar explicação nem nada. Mas ele não parecia estar com raiva de mim. Eu e Clarisse estávamos sentadas em um dos bancos conversando e ele veio até nós bater um papo. Às vezes até dá vontade de voltar atrás e dar uma chance para ele, mas sei que no fundo não deveria. Nem Vivs nem Silas acham que é uma boa ideia, e para falar a verdade tem algo lá no fundo da minha cabeça dizendo que é para eu acreditar nos meus amigos e que não valeria a pena.

       E enquanto nós três estávamos alí conversando, passei a reparar no Silas, que estava na nossa direção, quase do outro lado do saguão na fila para o café conversando com Thiago e Bernardo. No começo não gostei quando ele mudou o corte de cabelo, mas agora já me acostumei e até estou gostando mais. Não adianta, a Vivs está certa, não tem jeito desse menino ficar feio ou "não atraente".

Uma Segunda Chance Para O AmorOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz