Capítulo 23: o amor não há de ir embora.

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Um mês se passou e ainda era inevitável não pensar em Adam, mas eu estava bem. De certa forma consegui aguentar a dor, quando percebi que ela não iria embora, tive que aprender a lidar com ela. Mesmo que Adam não esteja aqui, o amor ainda está aqui, agora.

"Mesmo que você tenha que partir, o amor não há de ir embora"

Foi a última música que cantei para Adam, e foi a mais pura verdade que falei cantando. Fico me perguntando o que ele está fazendo, pensando, com quem está andando e principalmente, se ainda pensa em mim. Queria ser um mosquito para poder acompanhar seus passos. Queria poder ler mente para saber se ele ainda pensa em mim como eu penso nele. Mas se me dessem o direito de escolha, eu escolheria ve-lo mais uma vez, pelo menos para me despedir devidamente, para ouvi-lo pedir desculpas ou dizer um simples adeus.

Segui o conselho da minha mãe e voltei a viver minha vida. As férias acabaram e na faculdade eu encontrei meu refúgio. Lá é o único lugar que não me lembra o Adam, e isso me foi muito útil. Para falar a verdade, ainda é. Os demais lugares, inclusive a igreja, me lembram muito o Adam, pois estivemos juntos em todos eles. Cada lugar me trás uma recordação: no cinema nós nos conhemos, brigamos e foi lá que descobri, olhando dentro daqueles olhos esverdeados, que havia um homem incrível por trás de tanta grosseria. Na praia eu cantei pela primeira vez para ele, em seguida tive o prazer de ouvir a linda voz que Adam possui. Foi lá também que tentei surfar, acabei me afogando, mas ganhei um herói. Na igreja trocávamos olhares, palavras, sorrisos que ainda vinham acompanhados de longos suspiros apaixonados. No bar eu passei grandes micos, mas grandes emoções também. De todos os lugares, esse é o que mais me trás recordações ruins, pois foi lá que a minha felicidade começou a desmoronar.

Depois da nossa briga no bar, nunca mais me atrevi a voltar naquele lugar. Inclusive, acabei sendo eliminada da competição por não voltar. Mia tentou me convencer a continuar, mas é claro que recusei. Ainda quero a minha carteira de habilitação, mas sabia que não seria forte o suficiente para subir naquele palco, olhar para os lados e não ver Adam me olhar com aquele sorriso que me acalma, assim como me acalmou na minha primeira apresentação. Eu não ia conseguir fazer aquilo sozinha. No final das contas agradeci a Deus por ter sido o dinheiro da Mia que foi investido em vão, já que ela pagou a minha inscrição. Talvez assim agora ela aprende a não fazer nada sem comunicar as pessoas. É como dizem: tem males que vem para o bem.

As aulas já estavam a todo vapor, e eu aproveitei para mergulhar de cabeça nisso, assim não teria tempo para me afogar em minhas lágrimas. A minha rotina continuou a mesma: Mia e eu vamos e voltamos da faculdade, voltei a sair com Arthur e Mia e assim o trio de "namorados" voltou. Não sei se as pessoas continuam especulando coisas, mas agora pouco me importa. Passei a viver a minha vida sem me importar com o que as pessoas vão falar.

— Mia, acho que vou na sua casa hoje estudar. O professor passou uma matéria hoje muito difícil – falei, enquanto estávamos na fila do almoço.

— Tudo bem, amiga. As férias mal acabaram e eu já estou surtando. Preciso de férias de novo – ela disse, fazendo careta. Eu ri.

— Eu preciso de muitas coisas, menos férias. Se isso acontecer eu acho que vou me trancar no quarto de novo – dei um sorrisinho murcho.

Mia comprimiu os lábios, me olhou com um olhar de quem me entendeu muito bem.

— Ainda é difícil, né? – ela perguntou.

Eu baixei a cabeça e assenti.

— Parece que não vai ter fim. Eu sofri com o Marcus, mas a ausência do Adam está sendo ainda pior – falei com voz baixa.

— As vezes eu me sinto culpada, Bella. Arthur e eu insistimos tanto pra você e Adam ficarem jun...

– Não, Mia! A culpa não foi de vocês. Acho que ninguém tem culpa nisso, ninguém imaginou que isso iria acontecer – a interrompi.

Nós almoçamos, conversamos sobre várias coisas e rimos bastante. Em seguida fomos cada uma para nossa sala. Peguei meus livro e segui andando pelo corredor, de repente sinto meu celular vibrar.

"Boa aula, amiga! Vê se presta atenção e não fica pensando em outras coisas. Rum!

Te amo! ♥"

Mia e suas mensagens. Ela sempre dá um jeitinho de me enviar uma mensagem, muitas vezes sem importância, mas eu sempre gostei de todas elas.

Ainda estava lendo a mensagem quando de repente sinto esbarrar em alguém. Meus livros caíram e eu me abaixei para pega-los, ainda sem ver em quem esbarrei. Vi que a pessoa também se abaixou para me ajudar, então levantei o olhar e dei de cara com um lindo rapaz.

— Me desculpa – ele falou, enquanto pegava meus livros.

— Não, tudo bem – me levantei assim que peguei todos os livros. — A culpa foi minha, eu estava olhando o celular em vez de olhar pra frente – ri, completamente envergonhada.

— Então eu também sou culpado – ele fala, revelando um lindo sorriso. —, porque eu estava olhando o celular também.

Eu ri.

— Tenho que ir agora, minha aula já começou. Obrigada e mais uma vez, desculpa – ri novamente.

Ele me passou um livro que ainda estava com ele, então eu fui para sala.










Continua...

Gente, eu disse que ia postar o bônus hoje, mas não sei se vai dar tempo, qualquer coisa eu posto amanhã.

Beijooos ♥

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