Capítulo 11: Ligados pela música.

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Tive que suportar Stefany puxando assunto com Adam toda hora. Digamos que foi meio torturante ver Adam sorrir de cada piadinha que Stefany fazia. Eu poderia tentar tomar toda atenção dele para mim, mas ainda estava confusa demais para fazer isso. A verdade é que ainda não sei como agir, ontem dispensei Adam sem nem dá uma chance a ele e agora, aqui estou eu, tendo que engolir todas indiretas e diretas de Stefany para Adam.

— Acho que já vim aqui uma vez – disse Stefany, assim que descemos do carro.

— O barzinho é bem legal, tem até karaokê – disse Adam.

— Pois é, Mia e Bella deram um show semana passada – Arthur falou.

— Sério, meninas? – ela nos olhou surpresa. — Temos que fazer isso hoje também!

Ô menininha de sorte! Se matar não fosse pecado, já teria jogado ela na frente de um carro!

— Não, não e não! – vetei logo essa idéia estúpida. — Não vou fazer isso de novo. Vamos apenas comer e ir embora, ok?!

Uma coisa é passar vergonha com a Mia, minha melhor amiga. Outra coisa BEM diferente é passar vergonha com Stefany, a ladrona de felicidade.

— Calma, Bella, só estava brincando – disse Stefany, rindo.

— Tá bom... Vamos entrando logo antes que fique tarde – disse Arthur.

As horas se passaram e eu não aguentava mais ficar ali. Mais uma vez Adam sentou-se entre Stefany e eu. Parecia que ele já sabia o que estava acontecendo ali e precisava dar atenção as duas. Eu, porém, não disputei sua atenção, afinal, não era isso que eu queria, ver Adam distante de mim? Já não sei mais a resposta. Stefany, por sua vez, sempre monopolizava a conversa. Ela é boa quando quer chamar a atenção.

O bar foi inaugurado a pouco tempo e, antes do Adam chegar, nós só tínhamos ido lá uma vez. Sendo assim, essa é a minha terceira vez naquele lugar e até então, não sabia muito bem como funcionava o karaokê. Pelo que pude perceber, ele funciona somente depois das nove e vai até às onze, podendo escolher entre o karaokê ou o violão que fica a dispôr de quem for cantar. Quando deu nove e meia, a cantoria começou, cada um mais desafinado que o outro pegava o microfone e soltava a voz.

— Meu Deus... As pessoas não tem senso do ridículo? – Stefany perguntou, fazendo cara feia a cada desafinada que alguém dava.

— Acho que você deve cantar – disse Arthur. — Vai lá e mostra o que é cantar bem – ele continuou, fazendo todos rirem.

— Eu acho uma ótima idéia, Adam – Mia falou. — Não é, Bella?

— Eu? Hã... Eu acho que... Que vai ser legal – falei, quase que não sai, mas falei.

Adam me analisou bem, chegou mais perto e falou bem próximo ao meu ouvido:

— Promete que não vai fugir dessa vez?

BEM próximo! Próximo demais, para o meu gosto! Tão próximo que fez meu corpo se arrepiar.

Senti a respiração dele bater em meu pescoço e a sua voz grave susurrar no meu ouvido. Sem ter a mínima chance de pensar em qualquer coisa, me peguei falando:

— Prometo.

— Já volto! – ele falou, levantando-se, enquanto me lançava um sorriso.

Sim, era exatamente aquele BENDITO sorriso!

Me desmanchei na cadeira. Parecia que meu corpo escorregava de tão mole que ele ficou.

Ainda bem que estava sentada!

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