It's really important

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Eu abri meus olhos e ela ainda estava lá, sem tirar os grandes olhos castanhos de mim. Eu podia ver claramente em seus olhos a dor e a alegria. Todo o seu sofrimento e todo o seu amor. Eu podia ver isso em seus olhos que ela ainda estava lá esperando por mim, me querendo.

Era a minha vez. Era o que eu precisava fazer.

- Nós precisamos conversar.

Depois de estar perdida e com uma alma caminhando no escuro durante tantos anos, eu finalmente encontrei meu caminho, minha luz.

- Finalmente! – Ariana Grande quase jogou os braços no ar quando entrei no quarto. – Eu bipei você uns quinze minutos atrás.

- Bom dia, Hannah. – eu ignorei a ruiva e foquei toda a minha atenção na minha paciente. – Eu sou a Dra. Jauregui e serei a médica encarregada de sua cirurgia. – eu dei meu sorriso mágico e em apenas um segundo ela estava sorrindo para mim.

- Prazer em conhecê-la, Dra. Jauregui. – a jovem acariciou sua barriga e em seguida olhou para mim com olhos suplicantes. – Por favor, diga-me, por favor... – uma lágrima rolou pelo seu rosto e eu percebi o quão pequena e frágil ela era. – Eu vou morrer, certo?

Seus olhos verdes brilhavam cheios de puro horror, resignação e tristeza. Meu coração doeu, esse não era para ser o olhar no rosto de uma jovem. Não havia alegria nem felicidade, apenas tristeza e decepção.

- Querida, eu já lhe disse que a morte é algo que acontece a todos nós. – Kelly, mãe de Hannah, sorriu para a filha. – Seu filho vai viver, Hannah. E a morte é apenas a doce justiça que você vai receber por todos os pecados que cometeu. – arregalei os olhos, furiosa e espantada com aquela mulher. Lexie deu um passo involuntário para trás, surpresa com as palavras de quem era para ser uma mãe amorosa.

- O que aconteceu não foi minha culpa! – os olhos da menina se encheram de lágrimas. Hannah olhou para o pai, mas o senador estava de costas para ela, sua própria filha.

- Você fez isso com você! Aaron era um bom menino e você o fez cometer um pecado horrível. Você condenou seu próprio primo ao inferno! – a mulher mais velha gritou para sua filha.

- Kelly!

- Isso não é verdade! E você sabe disse porque nos viu! – Hannah gritou de volta para a mãe. – Você viu o que ele estava fazendo e você não fez nada! – as máquinas começaram a apitar loucamente e o senador se virou para ver sua esposa com olhos horrorizados. – Você sabia que eu não podia lutar contra Aaron, você sabia que eu precisava ser protegida, mas você fechou a porta e foi embora. E por causa disso eu vou odiar você para sempre!

Sra. Collins não disse nada. Ela só ficou em pé olhando diretamente para os olhos de seu marido. Coração frio, sem vergonha.

- Hannah, você precisa se acalmar. – corri para o lado dela e coloquei uma mão em seu ombro. – E vocês dois precisam sair daqui, nós precisamos que ela esteja tão estável quanto possível e vocês não estão ajudando em nada.

- Dra. Jauregui! – Grande me repreendeu com os olhos. – Eles são os pais dela, você não pode...

- Eu sou a médica dela e eu sei o que é bom para ela, a única coisa que me interessa nesta sala é a saúde de Hannah e seu bebê e eles definitivamente não estão ajudando. – eu respondi ainda olhando para as máquinas. O som agora estava normal.

- Eu não vou permitir que alguém como você... – a Sra. Collins começou, mas eu a cortei.

- Não, pode parar por aí. – o quarto agora estava em um completo silêncio. Mark e Cristina estavam sorrindo, orgulhosos de mim. Lexie estava alternando olhares entre eu e os pais. Normani estava balançando a cabeça em concordância e Ariana apenas olhava para mim. – Vocês dois sabem quem eu sou, mas eu também sei quem vocês são. Eu sei sobre a sua campanha contra os homossexuais, eu sei que é por causa de você, senador, que casais homossexuais não podem se casar em Seattle.

Remember MeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora