Explanations

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(...)

- O fato de eu ter conseguido diagnosticá-lo tão rápido é uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo.

- O que Danny tem? – a pergunta da minha amiga não passou de um sussurro. Eu poderia dizer que o nó em sua garganta estava mil vezes maior que o meu. Mas Camila não iria chorar, ela não era assim.

- Tem alguém familiarizado com o trabalho da Dra. McPerk? – Dinah perguntou. Karev e Lexie acenaram com a cabeça. – Então vocês vão entender quando digo que Daniel é um caso 2T.

- Oh meu Deus! – Lexie apertou minha mão com tanta força que quase cortou minha circulação. Ela colocou a mão na boca no momento em que as lágrimas começaram a encher seu rosto. Alex limitou-se a abaixar a cabeça, suspirou e depois olhou para Dinah.

- Você tem certeza?

- Eu ajudei Lana em ensaios clínicos, posso reconhecer instantaneamente todos os sintomas. – seu tom de voz era neutro e quase frio. Ela olhou para mim e baixou os ombros quando percebeu quão desolada Lexie tinha ficado.

Camila estava imóvel ao meu lado.

- A medula óssea de Daniel tem envenenado o sangue dele. Um quarto do tecido nervoso do seu coração foi danificado, por isso ele está com falta de potássio em seu corpo.

Minha esposa chorou um pouco mais alto e desta vez eu consegui ouvir os soluços de Cristina e Ally adicionados aos dela. April estava chorando em silêncio. Meus olhos estavam marejados. E os outros estavam estáticos, talvez pelo impacto ou respeito, o fato é que ninguém disse nada.

Essas simples palavras que não continham tal termo médico conseguiram derrubar o meu mundo inteiro. Envenenamento do sangue, causado pela própria medula óssea, era algo que não tinha cura ou tratamento. Uma doença fatal que tirava a vida de milhares de crianças a cada ano. Uma doença que matava o organismo mais rápido do que a velocidade da luz. Se Danny realmente tinha isso, então ele não tinha muito tempo. Eu sabia disso, Lexie sabia disso, Dinah sabia disso, mas acima de tudo... Camila sabia disso.

- Quando...? – Camila levou uma mão ao cabelo, tentando desesperadamente encontrar sua voz e não desmoronar naquele momento. – Quanto tempo ele tem?

Apertei meu aperto em sua mão tão forte quanto podia, no entanto não estava funcionando nem para mim, então eu sabia que nada disso faria sentido para ela.

- Se não fizermos nada, um pouco mais de três meses. – ela respondeu.

- Mas nós podemos fazer alguma coisa! – Cristiana falou furiosamente. – Quero dizer, McPerk deve ser capaz de fazer alguma coisa, você pode fazer alguma coisa. Você pode restaurar as células mortas, você pode manter o coração dele saudável.

- Sim, eu posso reviver as células mortas, mas isso não significa que os outros órgãos não serão afetados. A vacina só conseguirá nos dar um pouco de tempo.

- E se fizéssemos um transplante de medula? – Bailey sugeriu.

- O veneno já está no sistema de Daniel. Podemos mudar isso, mas até lá, se não for a medula então será o fígado ou o próprio coração causará infecção no sangue. – ela disse, observando algo em seu laptop de forma distraída. – No momento em que eu substituísse um órgão danificado por outro, ele teria mais dois órgãos que estariam na mesma ou pior fase do que o último. Dessa forma, iriamos dar-lhe mais tempo, mas também lhe daríamos mais sofrimento.

- Alguma coisa é melhor do que nada! – eu gritei irritado com sua falta de compaixão e preocupação.

- Mark. – Camila colou a mão no meu ombro e voltou os olhos para Dinah. – Você disse que havia algo de bom nisso. Agora eu quero que você me diga como isso é, de alguma forma, positiva?

Remember MeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora