40 [•]

1K 211 214
                                    

dupla yay

•   •   •

E eu espero.

O carro estacionado do outro lado da rua, em frente ao prédio de tijolinhos, juntamente a mim com os pés apoiados no volante.

E eu os tiro de lá.

E coloco de novo.

Eu estou tremendo.

Repetindo.

Luke está aí.

Michael está aí.

Eu estou aqui.

Não.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Luke está aí.

Jogo os braços ao redor do volante, tapando os meus ouvidos. O que é irônico, dando-se ao fato de que não é o meu pior inimigo quem sussurra.

Sua mente é sua pior inimiga.

Prendendo-lhe em falsas esperanças. Em cenários imaginários. Em um loop de imagens distorcidas. Enquanto o que acontece do lado de fora é esquecido.

Mas não totalmente.

Luke está aí.

Luke está aí.

Não sei há quanto tempo estou aqui, mas sinto que toda vez que fico sem piscar, duas horas se passam. E que toda vez que os mesmos pensamentos se repetem — Luke está aí —, apenas alguns segundos — milésimos, eu diria — transpassam.

E isso está me matando.

Eu sou um caso perdido.

E alguém rouba a minha respiração.

Quando ele sai pela porta da frente.

Manco.

Torto.

Manco como sempre acontece quando fazemos amor.

Mas, desta vez, não éramos eu e ele.

Não éramos mais eu e ele.

Não seríamos mais eu e ele.

Não seria mais ele.

E somente ele.

Ele.


pandemonium • muke [c]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum