pandemonium • muke [c]

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Luke ja havia saído há uma hora quando o telefone toca. Aquele som irritante.

Irritante.

Aquele "riiiiiiing" ressoando.

Riiiiiing.

Riiiiiing.

O toque.

O toque.

O TOC.

Controle-se, Michael.

Controle-se.

Envolvo os dedos no aparelho, o retirando do gancho, segurando o fio em espiral com a outra mão. O chiado na linha cessa.

"Michael?" Sua voz preenche os meus ouvidos.

Sua voz.

A voz.

A voz dela.

Trás memórias.

Pedidos de silêncio.

Ordens para calar a boca e parar de repetir coisas que a incomodam.

E lágrimas.

Minhas.

"A-alô?" Minha voz soa trêmula.

E o meu corpo todo vibra em desgosto.

"Ei, querido, tudo bem?"

Tão, tão irônico.

O fogo, a vontade de responder que eu não estou nada bem, me invade.

Não estou desde que nasci.

Desde que pensei.

Desde que repeti.

Repeti.

Repeti.

Repeti.

"Karen." É tudo o que falo.

"Karen?" Sua voz eleva. "Eu ainda sou sua mãe, garoto!"

Que irônico. A voz que sai esganiçaada do aparelho de fato é a dela. Mas seu papel não foi cumprido em minha vida.

Para uma mulher tão religiosa, misericórdia era o que lhe faltava.

E amor o que não lhe sobrava.

"Ok, mama." Respondo, chamando-a pelo o de costume.

Cedendo as suas vontades.

Criança estúpida.

Eu clamava por ela quando acordava no meio da noite. Repetindo.

Sempre repetindo.

E repetindo.

O que me atormenta.

O que me afugenta.

E então faz a pergunta.

"Você ainda está com aquele garoto?" O desgosto pingando. A vergonha vazando.

E eu ignorando.

Há muito tempo que eu não me importava.

"Sim."

"Michael, você sabe que esse rapaz não faz bem para você." Um suspiro. "Você está condenado ao inferno por causa dele."

Uma risada minha.

"Mama, todos nós vamos para o inferno." Um suspiro. "Ele já está dentro de nós, não é?"

E então uma enxurrada de xingamentos. Sermões.

De que eu estou errado.

Palavras desconexas em minha mente.

Elas não fazem sentido porque não são a verdade.

Não, elas não são a verdade.

Não.

Elas não tem sentido.

E eu bato o telefone contra o gancho, praguejando.

A mandando para o inferno.

E pensando logo em seguida que eu deveria tomar mais cuidado com o que desejo.

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era pra mim ter att ontem mas eu fiquei vendo dw,,, to apaixonada no capaldi, enfim

| juba