thirty seven

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Celulares não têm asas para voar, mas podemos supor que o de Lauren não precisava de um par delas para isso. A garota passara no mínimo cinco minutos processando as mensagens de Camila para então jogar tudo que tinha para longe e descer as escadas correndo. Ela levou junto consigo seu cobertor, já que não era louca de abrir a porta só de pijama no frio que fazia.

Em apenas um piscar de olhos Lauren não sentia mais os sintomas da febre que lhe atacou naquela manhã. Ela apenas pensava em Camila.

Não é possível - A frase se repetia em sua mente, numa súplica para não ser verdade.

Se a morena tivesse um último pedido, escolheria que Camila não estivesse do lado de fora de sua casa.

Para aumentar seu desespero, as chaves não estavam em lugar algum, e estava difícil procurá-las com as mãos tremendo. Derrubou no mínimo tudo que tinha na estante e mesa da sala antes de encontra-las.

Respirou fundo antes de encaixar a chave na fechadura, se desesperando ao ver que era a errada.

"Mas que merda" Chutou o ar, frustrada. Depois de tentar no mínimo seis chaves, achou a certa.

Lauren puxou a maçaneta da porta com tanta força que se ela quebrasse não seria surpresa. Bom, na verdade, surpresa foi o que ela encontrou quando a abriu. Camila realmente estava lá.

A acastanhada estava em pé, meio bamba, abraçando ao próprio corpo. Seu olhar estava vidrado nas margaridas plantadas no jardim entre diversas outras flores coloridas. Havia tulipas, frésias, rosas, lírios, cravos, gardênias e outras que Lauren desconhecia o nome.

"Camila." Gritou sem pensar muito. Ela estava pouco se fodendo se sua vizinha reclamaria do barulho, ela não mandou a velha morar na casa do lado.

Camila pareceu acordar para a realidade com o grito. Ela chacoalhou sua cabeça, como se quisesse espantar alguma coisa, e então virou-se para a menina de cabelos negros.

As orbes castanhas encontraram-se com as verdes e Lauren sentiu o estômago embrulhar e suas pernas falharem quando a garota correu em direção a si, encaixando-se em seus braços. Ela ficou sem reação.

Porra, era Camila, a garota por qual matinha uma paixão há quatro anos.

"Lauren?" Chamou a menor, confusa. "E-Eu q-quero u-um... abraço." A mais baixa pediu envergonhada, se arrependendo de ter corrido sem pensar.

A garota de cabelos mais escuros sentiu como se lhe beliscassem quando ouviu a voz de Camila. Automaticamente ela retribuiu o abraço, não ligando para a acastanhada estar molhada ou estar frio pra caralho e ela estar de camiseta. Ela não ligou se algum vizinho visse as duas e fosse fofocar para sua mãe mais tarde. Ela não ligou para Camila estar pisando em seus pés, tentando ficar mais alta para encaixar o rosto em seu pescoço. Ela não ligou nem mesmo para sua coberta que caíra de seus ombros, a deixando exposta ao vento frio.

Lauren apenas se importou em sentir o toque do nariz gelado de Camila em sua tez. Seu corpo se arrepiou instantaneamente e ela aproveitou da sensação gostosa por vários minutos. Uma de suas mãos repousava nas costas da outra e ela o puxou para mais perto.

"Por que você não foi pra casa?" Indagou a menina de olhos verdes, preocupada. Ela acabou resgatando seu cobertor do chão com seu pé por não querer soltar o abraço.

"E-Eu p-precisava te ver." Confessou envergonhada. A menor sorriu quando sentiu seus corpos serem envolvidos por um tecido grosso, macio e felpudo. "Obrigada." Sussurrou.

"Você está congelando, Camila." Lauren sorriu triste e deu alguns passos para trás, sem soltar os corpos, até que pudesse fechar a porta e o frio diminuir. Ela apenas suspirou e apertou mais ainda o abraço, com medo de que a garota escapasse.

do you like flowers ✿ camren versionWhere stories live. Discover now