De volta ao avião da NSA, os agentes tiveram que se explicar ao diretor.
— Collins não a viu, mas eu sim. Era loira e tinha os olhos azuis. Ela olhou direto pra mim quando estávamos lado a lado – esclareceu Thompson.
— Primeiro temos a confirmação de um padrão positivo duplo para emissão de ondas ELF e agora uma mulher loura de olhos azuis ajudando o garoto – Ed Smith fez uma pausa e depois apontou o monitor para outro dos seus homens. — Soldado, consiga as imagens da Marina da Glória, no horário em que os agentes Collins e Thompson identificaram os suspeitos.
Um homem, sentado no fundo do avião, riu alto chamando a atenção dos demais presentes.
— Vejo que não está sendo fácil como pensava, Ed – com as mãos presas e ao lado de Carol e Elisa, Will Baker provocou o diretor.
Ed Smith caminhou na direção dele e agachou-se.
— Ora, ora, ora, Will. Vejo que você tem senso de humor até quando as coisas não vão bem para o seu lado.
— Parece que não está indo bem é para o seu lado, Ed.
— Will, você está vivo ainda, não é pelos velhos tempos. Mas porque você será a isca para que eu consiga o que quero – Will Baker tirou o sorriso do rosto. Entendeu exatamente o que estava acontecendo e torceu para que Daniel não fosse capturado. Do contrário, eles e as garotas estariam condenados.
— Senhor – chamou um soldado. — Consegui as imagens.
— Coloque-as no monitor – disse Ed Smith enquanto se dirigia para a área dos computadores.
A tela mostrava dois garotos caminhando pelas proximidades da marina, quando foram abordados por uma outra pessoa. Em seguida os três deixaram o local e atravessam as passarelas sobre as avenidas. Passaram por uma praça e chegaram até um Opala branco.
— Pare – ordenou o diretor. Podia-se ver nitidamente uma pessoa em pé, junto à porta do carro. — Avance devagar. Pare. Aproxime e melhore – agora era possível ver que se tratava de uma mulher. Alta e cabelos louros. Ela olhava para trás, em direção ao outro lado da rua.
Mesmo algemado no fundo do avião, Will Baker conseguiu ver o rosto da mulher no monitor, quando o diretor mandou aumentar a imagem. Ele mordeu os lábios com preocupação.
O diretor não ficou surpreso. Collins, por outro lado, surtou.
— Desgraçada. Vou matá-la. Essa traidora nascida de uma... – Collins soltou um palavrão.
— Depois de tanto tempo, enfim você aparece, Maria Kasensko – sussurrou pra si o diretor.
— Quem é ela? – quis saber Thompson.
— Maria Kasensko. É uma agente da Majestic 12. Após ser, digamos, extinta essa agência, ela passou a prestar serviços para a NSA – respondeu o diretor.
— Ela é uma traidora, isso sim – praguejou Collins e seus olhos arregalaram-se com tamanho furor.
— Maria Kasensko ajudou Will Baker e seu filho a fugirem dos Estados Unidos, há alguns anos – disse o diretor para Thompson. — Depois disso, ela sumiu também. Até agora.
— E o que faremos – indagou Thompson.
Ed Smith não respondeu de imediato. Pensou por uns instantes enquanto coçava seu queixo.
— Quanto tempo para recarregar o Haarp? – quis saber enfim.
— Seis horas, senhor – respondeu um soldado.
— Não temos tempo – disse Ed Smith. Pensou um pouco mais e logo decidiu — Eu quero acesso a todas as câmeras públicas e privadas da cidade. Usem escaneamento de verificação. Quero acesso também a todas as informações da polícia local, bancos, telefones, tudo. Onde eles estiverem nós temos que achá-los.
Ed Smith retornou para onde estava Will e as garotas. Agachou-se novamente e sacou sua pistola.
— Eu vou encontrá-lo, Will. Ah, vou. Você sabe disso. Então vou conseguir a esfera. E depois disso, nem você, nem elas e nem o garoto terão serventia para mim – disse o diretor apontando a arma para Baker, enquanto as garotas gemiam com pavor.
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O Explorador de Mundos - A Esfera de Cristal
Science FictionDaniel mudou-se para o Rio de Janeiro com o pai, há alguns anos, após a morte de sua mãe. Sempre escondeu de todos o seu segredo, até mesmo dos amigos Hugo e Elisa, e por causa dele, acreditava ser uma aberração, ao menos até o ocorrido no colégio...