Capítulo 2

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Capítulo 2

 

Base de Dulce, Novo México

 

            Sentado atrás da mesa do escritório no nível três daquela base militar, o diretor Ed Smith, analisava o vídeo gravado há poucos minutos. Era o teste do mais novo brinquedo da agência, o traje HAP – High Armor Performance –, uma roupa composta por um exoesqueleto capaz de permitir ao seu usuário realizar coisas que, para uma pessoa qualquer, seria impensável. A armadura tornou-se uma realidade graças a Darpa – a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa –, a agência havia desenvolvido o novo gerador compacto de energia infinita, que utilizava-se de magnetismo para produzir eletricidade e somente parava se desligado. Era uma usina pequena o bastante para ser acoplada às costas. A pessoa que se deparasse com um soldado usando aquele traje, provavelmente acreditaria estar em uma fase de Crysis.

             Um esboço de sorriso apareceu na face do diretor. Aquele traje lhe seria muito útil. Mas antes, ele precisava resolver um antigo problema. Apertou um botão no teclado do computador e o monitor exibiu a tela inicial do Projeto Haarp. O diretor digitou sua senha e entrou no sistema.

             O Haarp, siglas do Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência, é um projeto militar que integra várias antenas instaladas pelo mundo. No Alasca localizam-se as antenas primárias, as quais a NSA usa para bombardear a ionosfera da Terra com ondas de frequência, criando um mapa virtual de todo o planeta e podendo identificar e localizar qualquer emissão de energia. Isso era uma carta na manga de Ed Smith. E era dessa forma que o diretor esperava encontrar o que procurava.

             — Senhor – disse Collins ao entrar na sala com o agente Thompson. — Confirmação positiva do alvo.

             — Ótimo. E onde estão?

             — Rio de Janeiro, senhor.

             — Thompson, quero mandados de prisão por atos de terrorismo expedidos pela Corte de Justiça americana e jogue-os nos arquivos do FBI, CIA e Interpol. Depois, solicite permissão ao governo brasileiro para realizarmos uma incursão para captura de dois terroristas – antes que o agente saísse ele completou. — Você tem quarenta minutos.

             Recostou na cadeira e alisou os cabelos escurecidos artificialmente. Depois de vários longos anos ele encontrara seus fugitivos. Estava certo de que o objeto tão cobiçado estava com eles. Seus alvos conseguiram se esconder por muito tempo, mas atualmente, com o avanço da tecnologia, era uma questão de tempo encontrá-los, e isso, enfim, havia acontecido.

             Especialistas em assuntos ligados à espionagem, dizem que, atualmente, não existe mais privacidade. A não ser que uma pessoa vá para o meio de uma grande floresta e não leve nenhum aparelho eletrônico. Ligações, emails, mensagens, entre outros meios de comunicação, todos podem ser facilmente interceptados. Seja dentro do quarto, ou qualquer outro lugar, a agência nos observa. A NSA acessa facilmente sistemas de monitoramento, como as câmeras instaladas em cidades e autoestradas. O mesmo acontece com os sistemas de segurança particular, celulares, tablets e qualquer outro computador, ainda que desligados. Com isso, a rede de observação da agência tornou-se quase imensurável, e um leitor biométrico facilitaria ainda mais as coisas.

             O diretor pegou o telefone e discou para um velho conhecido.

             — Spencer, achamos eles. As digitais foram confirmadas. Quarenta minutos para decolarmos.

             Ao desligar, ele voltou-se para o agente Collins, que permanecera na sala.

            — Quero esse traje no avião – disse indicando o vídeo na tela do seu computador.

O Explorador de Mundos - A Esfera de CristalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora