29. Reunião de família

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Ele mexeu os pulsos, pensando.

— Como ele nos encontrou? — questionou — Estávamos longe de Mystic Falls e escondemos nossa aura. Não havia possibilidade de nos achar.

Me remexi.

— Ele pode ter seguido, Ezequiel — murmurei, rapidamente.

Kai negou com a cabeça.

— Ezequiel é um homem muito inteligente, nunca teria entregado nossa posição assim.

Engoli em seco.

— Kai? — sussurrei — E se Alistar o obrigou a dizer? E se ele o machucou? E se...

Eu mal conhecia Ezequiel, mas me compadecia de sua dor, pois ele já havia perdido sua neta para aquilo, agora podia ter perdido sua vida por nossa causa.

— Ei, ei… — disse Kai, interrompendo minha histeria — Ele está bem, Bonnie. Ele é um Ancião. Sabe o que isso quer dizer?

Neguei com a cabeça.

— Ele é muito forte — explicou — Quase como nós dois.

Assenti, tentando me acalmar.

Toquei as algemas de ferro em meus pulsos. Dei alguns puxões, tencionando tirá-las, mas não saíam.

Comecei a pronunciar um feitiço para arrebentá-las.

— Bonnie, não faça isso! — avisou Kai, alarmado.

Porém, foi muito tarde.

Senti os grilhões esquentarem como as brasas queimando minhas mãos e pulsos. Gritei de dor, sentindo a queimação em minha pele. Arfei, chorando e tremendo. As correntes começaram a esfriar de novo, deixando minha pele queimada.

Tentei engolir o choro.

Olhei para Kai, vendo-o ofegante de raiva, parecendo a ponto de matar alguém.

— Desculpe… —sussurrei, tentando não chorar mais.

Ele ofegava, irritado e possesso.

— Bonnie, não se desculpe! — disse eufórico de raiva — Foi ele quem fez isso, conosco! Eu juro por Deus, que vou matar esse desgraçado!

Funguei.

A expressão de ódio de Kai foi dando lugar ao pesar.

— Como você está, meu amor? Está doendo muito? — perguntou, preocupado. Seu corpo ligeiramente inclinado na minha direção como se quisesse me tocar.

Neguei, apesar da dor estar me matando.

— Não — menti — Vai passar, amor.

Ele ainda não estava convencido. Vi seus olhos vacilarem para meus pulsos machucados.

— Não tente fazer nenhum feitiço, Bonnie — avisou — Nem os de cura, ouviu?

E mostrou os próprios pulsos marcados. Assenti.

— Você… está com dor? — questionei, ficando preocupada com ele de imediato. Olhei, tentando achar algum ferimento grave.

Ele estava com alguns respingos de sangue na camisa e mais sangue descendo de um corte na testa, mas, aparentemente, estava melhor que eu.

— Eu estou bem — disse ele — A única coisa que acaba comigo de verdade é vê-la machucada ou com dor.

— Você é um idiota super protetor e machista — tentei brincar para diminuir o estresse.

Ele sorriu minimamente.

— Eu quero abraçar você — disse ele, me olhando com intensidade.

— Eu também quero abraçar você — murmurei, deixando meu sorriso à mostra, pois sabia que ele gostava.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOWhere stories live. Discover now