8. Canção de Ninar

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Eu estava em uma gruta escura.

Estava desesperada, pois tinha que encontrá—lo.

Era uma sensação dolorosa estar longe dele, como se tivessem arrancado uma parte muito importante de mim mesma.

Comecei a caminhar pela gruta desesperada, entrando por uma caverna escura e seguindo por ela. Eu não fazia ideia de para onde estava indo, mas sabia que ele estava lá em algum lugar.

— Kai! — chamei.

Não ouvi nada além do eco da minha voz.

— Kai, seu idiota, cadê, você?! — gritei, sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.

Caminhei naquela escuridão pelo que se pareceram horas, gritando o nome dele. Aquela dor desesperadora, apenas aumentava. Queria tanto vê—lo!

Andei até minhas pernas cederem de cansaço.

— Kai... — chorei, desistindo e caindo de joelhos sobre as rochas. Sem me importar se aquilo fosse me machucar de fato.

Ergui meus olhos para o fim daquele corredor da caverna. E havia uma luz suave vinda da esquina dele. Levantei—me, rapidamente , correndo até lá com as esperanças renovadas. Parei abruptamente na entrada, quase caindo.

Kai estava parado lá, parecendo esperar por alguma coisa.

Ele vestia jeans gastos e uma camisa cinza, com um casaco fino por cima com o capuz puxado para trás. A luz que eu vi, parecia irradiar de algum lugar acima dele. Como uma fenda que levava à superfície da caverna.

Ele não disse nada quando me viu, apenas ficou ali parado com aquela expressão fria.

— Kai! — gritei seu nome, chorando de felicidade e correndo até ele.

Naquele momento, ignorei seu olhar cruel. Ignorei suas mãos ensanguentadas e acima de tudo...Ignorei o punhal que ele segurava na mão direita.

Eu sabia que ele iria me matar, mas ignorei tudo aquilo.

E corri desesperada me jogando em cima dele. Meus braços enlaçando seu pescoço.

E senti aquele seu cheiro maravilhoso de almíscar.

— Senti sua falta — sussurrei ofegante, contra seu pescoço.

Acordei sobressaltada, sentando—se na cama.

— Kai..— disse seu nome, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

Ainda podia sentir seu cheiro.

Outro soluço, rasgou meu peito. Tentei parar de chorar, limpando as lágrimas que teimam em descer pelo meu rosto.

O que está acontecendo com você, garota?, perguntou minha consciência preocupada.

Eu não sabia explicar o que estava acontecendo ali. Nunca tive um sonho tão intenso e vívido como aquele. Ainda podia sentir aquela sensação de perda de sono quando estava sonhando. Como se não fosse vê—lo nunca mais. E isso me apavorou.

Eu sinto... falta dele?, me perguntei horrorizada.

Olhei em volta, vendo o meu quarto.

A última coisa de que me lembro é que eu estava deitada no sofá da sala, assistindo "O Guarda—Costas". E Kai estava lá comigo.

Ele me trouxe para a cama?, me perguntei confusa.

Mirei o relógio de cabeceira. Eram duas e meia da manhã.

Respirei fundo, limpando as lágrimas com as mãos. Quando ouvi um grito, sai do corredor.

Fiquei arrepiada da cabeça aos pés.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora