APROXIMAÇÃO PARTE 2

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-Liza mês que vem você vai começar o curso, adiamos por décadas. - Estávamos la, minha mãe, Idinho e eu, jantando, enquanto minha mãe queria, porque queria, que eu fizesse um curso de um segundo idioma.

-Mãe, por favor, ainda não estou pronta. - Por favor Deus, convença minha mãe, que eu não quero fazer um curso de idiomas.

-A você esta sim senhora. - Bateu o martelo, com aquele tom desafiador.

Voltei para o quarto e aproveitei para fazer a lição de casa. Curso? A que inferno!

Na volta da escola.

-Idiomas, para que idiomas? - Victor caminhava ao meu lado, ouvindo os meus dramas.

-Não é? Eu vivo repetindo isso. - Afinal, alguém me entendia.

-Liza eu fui sarcástico, caramba, idiomas é importante mulher!

Sorri com o jeito que ele disse "mulher".

-O calor do inferno não é?

Concordei e reparei que ele estava com uma camiseta mais leve hoje, melhor do que a de ontem.

-De noite faz frio, de manhã calor, isso é o tempo do capeta só pode.

-Bem vindo á São Paulo. - É um clima tipico, estamos sempre nessa bagunça, de manhã estamos com um guarda-chuva e de tarde estamos quase enfartando de tanto calor.

-Com certeza. - Concordou ele.

-Achei seu óculos muito bonito. - Ele sorriu. A armação era cheia de formas, muito elegante.

-Mal posso tira-lo.

-Porque?

-A claridade faz meus olhos ficarem vermelhos e arderem.

-Que estranho. É a segunda vez que te vejo com eles.

Ele sorriu!

Chegamos à minha casa e antes que ele sumisse.

-Entra Victor. Vamos tomar café da tarde, juntos?

Ele se virou com uma careta esquisita, e foi indo em direção a minha casa, talvez eu esteja o forçando.

Bem eu mesma estava me estranhando.

- Esta sendo muito gentil comigo, estou ate, assustado.

Sorri.

-Victor se não quiser entrar entendo.

Ele franziu as sobrancelhas e abaixou a cabeça.

-Esta me expulsando?

E lá estava eu, sem graça.

-Claro que não.

O celular dele tocou fazendo ele se afastar para atender, falou algo com sua voz rouca e um pouco mais grave e sem seguida desligou.

- Preciso ir. - Ele entrou na cozinha e em seguida saiu! Muito estranho, pois bem, cada um com sua esquisitice.

-Depois eu volto tá.

Ele me disse gentilmente, e esperando a minha resposta.

-Você tem celular! - Ele tinha celular e a gente nem tinha trocado os nossos números.

-Boa observação. - Ele o balançou com uma careta.

-Passa seu numero?

Ele riu.

-Não consegue nem disfarçar, que não consegue ficar longe de mim. Né?

Fechei a cara.

-Por que você faz isso?

A Casa da Rua de TrásOnde as histórias ganham vida. Descobre agora