VIZINHO

306 20 4
                                    

Depois de 1 hora, fomos embora. Já dentro do carro, eu não queria falar com ninguém, só ficar quietinha no banco de trás ouvindo minha mãe e meu padrasto conversando.

___Que delicia de pizza,adorei e vocês? ---- Meu padrasto, como sempre, elogiou a pizza que sempre comemos, mas, ele faz questão de sempre elogiar.

___Eu adorei e você Liza? --- Perguntou minha mãe.

___Também. --- Respondi zero animação.

___Você esta bem Liza? --- Perguntou-me Idinho, já virado olhando para mim.

___Sim, só estou com sono. --- Bocejei fingindo estar quase dormindo.

Nada bem mesmo, quero só chegar em casa, ir para meu quarto e ficar quietinha na minha cama.

...

Chegamos, saindo do carro corri para o quarto. Deixando minha mãe e meu padrasto conversando atrás de mim.

A escuridão do quarto me segou por segundos, tomei um susto, tive a impressão...  Tinha alguma coisa na minha sacada?

Se tinha não estava mais ali. Preciso saber oque era, minha curiosidade uma vez na vida estava tomando o medo.

Fui e verifiquei, não havia nada, tinha sido má impressão? Já quase virando para entrar no meu quarto ouvi um barulho no quintal da casa de trás, olhei de canto de olho, tinha alguém ali.

Apoiei-me no bala-Ustra e olhei em direção a dois pontos brilhantes em meio à escuridão do quintal.

___Perdeu alguma coisa? --- A voz rouca do rapaz me surpreendeu.

Seus olhos eram os pontos brilhantes, com calma se iluminou um pouco, deixando mostrar um pouco do seu rosto; Com a pele iluminada pela luz da minha sacada, consegui analisar. Ele estava com uma de suas sobrancelhas arqueada, lábios cerrados, mordendo o maxilar, por sinal muito bem definido, com braços cruzados, encarando-me, vestindo uma camiseta preta e calsas escura, quase escondido em meio a escuridão do quintal, ate mesmo seus cabelos que pareciam ter alguns reflexos de tom cobre, bagunçados e caindo sem intenção em sua testa, estavam camuflados naquela escuridão.

Apenas seus olhos não se escondiam, eles brilhavam intensamente. Nunca vi brilhos assim em olhos humanos, a não ser em gatos, isso mesmo. Olhos de gatos quando estão no escuro.  

Cada movimento dele calmo, seus olhos acabaram me prendendo. Tive a impressão de que o tempo parou, era como se eu estivesse em transe. Os seus olhos permaneciam nítidos, meu Deus, que olhos são esses?

___Você ficou muda? --- O rapaz continuou perguntando com sua voz rouca e pesada, tirou-me do transe.

Então me dei conta que ele estava falando comigo.

___E...eu..só estava....dando uma olhada. --- Por que estou gaguejando?

Ele mordeu os lábios, meu braço se arrepiou. Que coisa estranho, oque tem de errado comigo? 

___É e ontem também? ---- Continuou me interrogando.

As palavras estavam presas em minha garganta, ele estava me deixando sem jeito. 

___Não, é que... que... ---- Gaguejando de novo Elizabete? Oque eu tenho de errado?

___Que! Que nada, você não me respondeu. --- Indagou de forma grosseira. 

___O que? --- Voltando minha noção, lembrei que eu sei falar.

___Se você perdeu alguma coisa? --- Ele permaneceu quieto, com os braços cruzados. Uau que grosso.

A Casa da Rua de TrásOnde as histórias ganham vida. Descobre agora