The Girl Of My Dreams

O Beijo

Já se passou um mês desde a minha conversa com o meu pai. Na mesma semana eu comecei a trabalhar com ele na Tomlinson Jauregui e ele me ensinava tudo o que eu precisava saber. Louis também começou a trabalhar lá, só que diferente de mim aquilo parecia ser um suicídio para ele. O Sr. Tomlinson estava o obrigando, caso contrário, ele nunca teria pisado os pés lá. Louis queria viver de música e aquilo era inaceitável para o seu pai, que diferente do meu velho, não se importava com as vontades do filho, apenas com a imagem de seu sobrenome.

Eu trabalhava mais nos hotéis, meu pai sabia que eu odiava ficar enfurnada em escritório, então me deu esse privilégio. Eu gostava de trabalhar no hotel, conhecia pessoas diferentes e de lugares inimagináveis todos os dias e tudo o que eu precisava fazer era supervisionar o funcionamento de tudo. Com isso, o meu tempo foi ficando cada vez mais escasso. Eu ia para o colégio de manhã, voltava para casa na hora do almoço só para comer e depois ia para o hotel e ficava até de noite. Chegava em casa exausta todos os dias e tudo o que eu queria fazer era jantar, tomar um longo banho e me jogar na minha cama macia. No entanto, virou um hábito conversar com Camila pelo celular todos os dias antes de dormir e quando eu não falava com ela me sentia estranha e incompleta.

Como estamos?

Bem, digamos que durante esses dias nós nos aproximamos muito. Andamos literalmente grudadas por aí. Claro que eu tenho uma afinidade enorme com todo o pessoal e gosto muito deles, mas com Camila é diferente. Ela me faz sentir especial e inabalável. Seu espírito enérgico é contagiante e eu sinto que posso ser eu mesma sempre. Quando estou com ela eu me distraio de tudo a minha volta, é como se só existíssemos nós duas. Ela tem o poder de me fazer sorrir com apenas um olhar, sua voz é tudo o que eu preciso para o meu dia ser incrível. Quando estou na escola eu acabo me distraindo pensando nela e quando chegam as aulas de inglês, biologia e química, eu simplesmente perco o foco a olhando. Quando estou no hotel não é diferente. Ela toma conta dos meus pensamentos assim que eu acordo, durante o meu dia e antes de eu dormir, as vezes até quando estou dormindo ela invade os meus sonhos.

Eu sei bem o que você está pensando aí. Eu sei o que todos estão pensando. E a verdade é que eu já não sei mais dizer com exatidão o que eu sinto por Camila. Na verdade, eu sei, só não quero admitir. Admitir isso foderia com toda a minha vida!

Todas as pessoas a nossa volta nos dizendo o quanto somos fofas juntas, nos confundindo com um casal e nos dizendo que deveríamos namorar quando negamos isso, não ajudou nada a minha situação. Era como se o mundo estivesse conspirando ao nosso favor. Nossas amigas viviam dizendo que nascemos uma para a outra, fazendo piadinhas e armando planos infalíveis para nos juntar. Meus irmãos não davam trégua um dia sequer e os meus pais começavam a me questionar sobre ela. Nossos amigos do colégio e até mesmo desconhecidos falavam de nós, nos tornamos o casalzinho perfeito e popular da escola sem sermos realmente um. Todas essas coisas me faziam questionar cada vez mais o que eu sentia por ela, embaralhavam a minha cabeça e me deixavam confusa. E quando eu parava para analisar a situação, meu estômago se embrulhava ao me dar conta de que eles estavam cobertos de razão, que realmente nos tratávamos e nos olhávamos de uma forma diferente. Por sorte, Louis não dava a mínima para isso. Ele achava normal duas melhores amigas serem grudadas e amava o fato da sua irmãzinha se dar bem com a sua namorada. As piadinhas dos caras do colégio sobre ele ser corno eram constantes, mas ele simplesmente ignorava e ria na cara deles.

E como eles estão?

Bem, Louis e Camila estavam em pé de guerra nos últimos dias. E eu não estou exagerando! Eles discutem todos os dias entre gritos, Camila me procura chorando e o meu amigo não é muito diferente. Mas eu e ele também não estávamos em um momento muito bom. Lembram da conversa que eu queria ter com ele? Bom, ela aconteceu... e digamos que não foi nada boa.