— Amor? — murmurei, enquanto roçava meus lábios devagar contra os seus— Me diga: Isso não é bom?
Bonnie arfava, parecendo desesperada, como se estivesse com um conflito interno muito forte.
— Sim — arfou.
Meu coração disparou.
— Então por que sempre tenta se afastar quando a toco?— questionei, com medo de sua resposta.
Dei um beijo carinhoso no canto de sua boca.
—Eu… Eu… — tentava dizer — Eu tenho medo.
Parei, abrindo os olhos e encarando.
Bonnie abriu os seus, saindo do transe aos poucos.
— Você tem medo de mim? — questionei, não querendo que a mágoa transparecesse em minha voz. Falhei. Ela assentiu.
— Sim… — sussurrou, quase inaudivelmente, como se estivesse confessando algo muito vergonhoso.
Acariciei sua bochecha.
— Amor, eu não vou machucá-la — prometi — Nunca mais — Bonnie ainda parecia não confiar em mim — Eu prometo — murmurei, olhando intensamente em seus olhos verdes como folhas no verão.
A bruxa desviou o olhar e saiu de cima de mim. Foi até perto de sua mochila, guardando as roupas que ela havia jogado por todo o chão da barraca.
— Você… — disse ela, mexendo nas roupas — está se sentindo melhor?
Suspirei pesadamente.
— Sim, estou — murmurei, mas ainda sentia minha pele arder.
Eu não queria que ela ignorasse aquilo, mas também não queria começar uma discussão.
Me estiquei, ignorando a dor lancinante em minha pele, pegando uma camisa cinza. A vesti mordendo o lábio por causa da ardência. Me levantei, abrindo o zíper da entrada da barraca.
— Onde você vai? — murmurou Bonnie, alarmada.
— Eu vou… caminhar um pouco — inventei, sem olhar para ela. E saí da barraca.
O ar da noite me pegou fazendo a pele do meu rosto e de meus braços protestar, mas preferi ignorar aquilo.
Sentir dor física era melhor do que sentir a dor de ser rejeitado por Bonnie. Aquilo estava acabando comigo.
Eu sentia raiva. Porém, não de Bonnie. Eu nunca conseguiria ficar bravo durante muito tempo com ela.
Ela era o meu amor. Eu estava com raiva de mim mesmo, por ter sido um monstro com ela, por tê-la machucado tanto. Bonnie nunca mereceu toda minha raiva e meu ódio. Eu descontei tudo nela, porque não tinha mais nenhuma outra pessoa no Mundo Prisão. E agora, eu estava sendo castigado, pois a desejava e a queria tanto, mas não podia tê-la.
— Argh! — esbravejei, chutando uma pedra.
Só que eu estava descalço. E aquilo doeu pra… Bom, doeu muito.
Agarrei meu pé direito, pulando no outro.
— Argh! Sua pedra idiota e… ridícula!— esbravejei mais.
Me abaixei, pegando a tal pedra, querendo jogá-la no fundo do lago, para que ninguém pudesse mais dar topadas nela. E já estava pronto para jogá-la longe, quando alguém gritou.
— Você ficou maluco?
Parei, abaixando a pedra e olhando para a pessoa que estava a alguns metros de mim. Ela estava escondida entre algumas árvores, mas pude reconhecer sua voz.
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Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃO
FanfictionDepois de fugir do Mundo Prisão de 1994, Bonnie acha que pode ter uma vida normal ao lado de seus antigos amigos, se não fosse por Kai a fazendo se lembrar constantemente do inferno que passou no outro mundo. Sem falar na presença de toda a Convenç...
27. Um lago de verdades
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