— Que carta? — Minha respiração estava muito acelerada.
— Desiste de uma vez, você quer saber de uma coisa? — Ela sorriu maldosamente, eu estava a odiando. — Ele esta me pedindo em namoro. Eu ainda não respondi, mas, já sei qual vai ser a resposta.
Engoli seco. Não queria ouvir mais nada. Cadê o professor dessa aula?
— Eu direi sim a ele, e você não vai poder, ficar correndo atras dele, como uma cachorrinha.
Ela me deixou sem jeito e a vergonha cobriu o meu rosto.
Ela saiu andando para o fundo e eu me sentei, fiquei lá o tempo todo, quieta e imóvel, não fui para o intervalo, fiquei na sala. Copiei todas as matérias do dia em piloto automático, não ouvi se quer uma explicação.
Na saída a ruiva estava ao lado do Marcos, e quando me viu, o cutucou e apontou para mim. Ai não senhor.
— Elizabete!
Olhei e era Marcos. Chamando-me pelo meu nome, não pelo apelido. Meu coração disparou, ele nunca me chamou de Elizabete. Virei calmamente e observei suas feições, completamente sério e posicionado ao lado da ruiva.
— Oi! — Respondi em um sussurro. Lutei com todas as forças para não tremer e nem gaguejar.
— Meu, sem maldade, vou ser muito direto com você, por que não sou de rodeio. — A expressão em seu rosto deixará meu coração na boca, o que houve? Ele continuou.
— Eu não quero nada com você. Certo? Mina me deixa em paz, tranquilo. Se você vive no passado, de relíquia, o problema é seu, eu não, eu passo pra frente! Quem vive de passado, sê ta ligada, que é museu.
Olhei em volta e se formou uma rodinha de pessoas me azarando.
— Você poderia ter me avisado pelo MSN. — Confrontei, nervosa e tremendo. — Porque não me avisou Marcos, eu não mereço?
Ele riu.
— Ixe. E isso te interessa? Eu não tenho que te dar satisfação, e outra coisa.
— O que? — Eu estava tão nervosa, como ele pode me falar tudo aquilo.
— Sai do meu caminho, do meu namoro com a Dani. Demorei muito tempo, e agora consegui que ela aceitasse, você, logo você Elizabete, não vai me atrapalhar.
A rodinha de pessoas estava cada vez mais apertada, eu mal conseguia ouvir meus pensamentos, não conseguia controlar a minha vontade de gritar, espernear, oque eu faço?
— Certo. E quando você vivia atrás de mim? Disso você não lembra. Que eu confiei em você, um grande moleque! — Meu tom de voz estava alto, quem estava do outro lado da rua logo se aproximou.
— Não tivemos nada muito sério. Só nos divertimos, foi apenas isso.
O pessoal começou a gritar, todos rindo, ele se virou e foi para o meio da multidão rindo mais ainda.
— Ou você achou que seria para sempre? A gente iria casar? — Ele estava caçoando de mim — Foi uma delicia Eliza, você manja muito, sê ta ligada, mas meu, segue teu rumo.
Abaixei a cabeça e fiquei imóvel, eu estava em estado de choque? Provavelmente. Como assim eu manjo? Gíria ridícula. Ele sabe muito bem, que ele foi o meu primeiro, entreguei tudo oque tinha, para ser mais sincera.
Não estava conseguindo nem ao menos levantar o braço pra arrumar a minha bolsa que estava deslizando para o chão.
Respirei fundo e levantei um pouco a minha cabeça e consegui ver todos rindo, era obvio. Todos riam do show que o Marcos estava fazendo comigo, mas, para piorar, senti alguma coisa pingar na minha mão tremula,era uma lagrima, eu estava chorando?
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A Casa da Rua de Trás
VampireElizabete está finalmente voltando para sua cidade natal a qual ela é inteiramente apaixonada, São Paulo, onde tem um lindo namorado, e local onde pretende terminar o ensino médio. Na rua de trás de onde mora existe uma casa que lhe causa arrepios...
SALVA PELO GONGO (Obrigada pelo 1k)
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