Império

Capítulo 30

Mitchael é sempre muito exagerado. Está no palácio desde quando Arthur completou  oito anos. Meu irmão confia  plenamente nele. É como um segundo pai, irmão e melhor amigo.

-Estou lendo Helena de Machado de Assis, Mitchel. Eu já li bastante desde ontem à noite até agora. -Você já leu? 

-Quem ainda não leu Helena? Esse livro é extraordinário. Machado De Assis é um ótimo escritor.

-Concordo. -Eu disse enquanto todos sentávamos no sofá.

-Onde está senhorita Aliça, senhora Lidsai? -Perguntou Ele.

-Está na Universidade de medicina.

-Então ela estuda na Univesiry Wordsands? -Perguntou ele incrédulo.

-Sim. Respondeu Lidsai.

-Eu não tinha conhecimento disso. Cada vez mais tenho motivos para admirar sua filha.

-Obrigada!  -Disse ela rindo.

-Vamos mostrar a belezinha que temos nos jardim para ele, Lidsai. -Eu disse. Ela me olhou estranha e depois deduziu.

-Agora mesmo. -Sorriu.

-Venha, Mitchel. -Eu ordenei e empurre-o até a porta da cozinha.  -Aquele é meu balanço.

-Uau! San. Nem no palácio havíamos pensado em pôr um desses.

-Não faltarão oportunidades. -Eu disse rindo. -Sente-se aqui! Eu empurro você.

-Creio que não é uma boa  ideia, princesa. -Ele disse.

-Para de enrolar e sente logo. -Eu ordenei. O lado bom de ser da realeza é o fato de que uma voz mais alta aqui, algumas exclamações ali, e todos estão fazendo o que foi pedido.

Ele sentou no balanço e eu o empurrei. Quando ele estava envolvido e gostando de meu brinquedo, eu o mandei sair. -Agora sua vez de me empurrar. -Ele que iria apenas deixar as roupas novas acabou passando a tarde brincando comigo. Yan, o motorista foi convidado por Lidsai para entrar e nós três tiramos uma folga dos problemas.

Os dois homens reais estavam tão sujos quanto eu, meu pai iria sorrir bastante, vendo a princesa dobrar os dois guardas carrancudos. Espero que o momento tenha feito o mesmo bem que fez a mim, a eles também.

-Já devemos ir, não é mesmo Yan? -Disse Mitchel.

-Quando quiser. -Disse. Yan possui tanta beleza e presença, que qualquer garota do país faria grande esforço para casar-se com ele. Se não fosse o fato de ser noivo da linda  Karolyna Simas. A filha do Reitor da UW onde Aliça estuda. Ela é de uma simplicidade incrível e seu pai de igual modo.

-Eu os levo até a porta. -Disse os acompanhando.

-Até mais, menininha. -Disse Mitchel ao abraçar-me.

-Até, Mitchel. -Beijei em seu rosto.

-Breve viremos buscar você, San. Aquele lugar está vazio sem alguém correndo de cima á baixo. -Disse Yan beijando meus cabelos e em seguida partiram no carro preto.

-Venha  Sandy. Não podemos ficar tanto aqui fora. -Disse a mãe de Aliça. E eu obedeci.

-Esse Yan é um rapaz forte, não é? Saudável. -Disse Lidsai para mim.

-Ah sim. É noivo da senhorita Simas. Filha do reitor da UW.

-Garota de sorte. -Disse ela.

-Concordo Lidsai.

Quando chegou a noite, jantamos na companhia de Aliça E Joseph que já havia  chegado.

-E então? Mitchel veio? -Perguntou Aliça.

-Não só veio como voltou exausto, com grama e areia até a careca. -Lidsai contou e todos rimos por bastante tempo.

-Ele e Yan, o noivo da Karolyne Simas, passaram toda a tarde aqui. –A Mãe de Ali comunicou.

-Não vi Yan em sua casa quando fui até lá San. -Aliça disse estranhando.

-E como ele pode ser noivo da Simas, não é? Ela está de parabéns por casar-se com um motorista.

-Yan não é motorista. –Corrigi.

-Como assim? -Perguntou Josh sem entender.

-Ele é um dos agentes infiltrado para segurança de minha casa. A maioria das pessoas ali não são quem todos pensam ser. -contei. -Yan ganha bastante. O suficiente para continuar a dar tudo que tem a Simas na casa do pai.

-Incrível tudo isso. -Disse Josh.

-O palácio tem muitas coisas por trás dos bastidores, Josh. Mais até do que eu mesma sei.

-Isso é fato, San! Agora coma!

Acabamos de jantar e fomos para sala.

-Boa noite meninas! Eu já irei me recolher. –Disse Lid. –Me acompanha, Joseph?

-Boa noite meninas! Irei dormir mais cedo  também.

-Boa noite pai! –Disse Aliça.

-Boa noite Josh.

-E agora, Aliça?

-O que?

-O que vamos fazer? Não vou dormir às dezenove horas.

-Venha até a cozinha. –Ela disse. –E eu a acompanhei. Ela começou a fazer pipoca e o cheiro se alastrou por toda a cozinha.

-Isso está com um cheiro ótimo. -Eu disse, sentindo o saber no ar.

-Vá até o quarto e pegue um edredom em meu guarda-roupa. Se quiser  traga dois travesseiros também. –Fui e peguei tudo sem entender.

-Você vai pôr isso tudo aqui na cozinha? Acho que não é uma boa ideia. –Eu disse confusa.

-Vamos levar para o quintal. –Disse ela pegando a vasilha com toda a pipoca feita. –Traga o edredom e os travesseiros.  –Tentei me equilibrar com tudo, deixei um travesseiro cair e voltei para pegar. Aliça pôs a vasilha de pipoca no chão, no centro do quintal, ajeitou o edredom e pôs os dois travesseiros.

-Venha, moça! –Ela  convidou. –Sentei ao seu lado e depois deitei. Comíamos a pipoca enquanto ela me contava sobre as estrelas, uma espécie de lenda.

-Ainda bem que não está tão frio hoje. –Interrompi.

-Concordo! Espero que Arthur também volte logo. –Ela contou.

-Eu espero ainda mais. –Nunca havia ficado tão longe dele.

-Você nunca. Nunca encontrará alguém mais sincero, gentil e que cuide de todos como Arthur, Aliça! Faça com que dê certo e você será feliz o resto de sua vida.

-Eu sei San! –Ela disse ajeitando minha franja.

-Qual o nome de sua prima? A filha de Andreia.

-Nicole Scaefer! Ela tem cabelos castanhos claros e olhos azuis. Tem lábios finos e covinhas na bochecha. Ela é muito, mas muito legal mesmo. Você não pode acreditar o quanto ela também é linda.

-De certa forma, todos de sua família são de uma beleza tamanha.  -Venha! Vamos para o quarto, antes que você durma aqui. –Ela  ordenou. Eu a ajudei com tudo e fomos para o quarto.

-Onde está meu livro? –Perguntei. Ela passou o livro que estava na cama . Provavelmente Lidsai pegou-o no sofá e o trouxe.

-Durma bem, San!

-Durma bem! –Respondi. Liguei o abajur, já que ela havia desligado as luzes e comecei a ler. Enfim eu iria para o mundo de Estácio. Ahh Estácio!

-San? –Aliça perguntou.

-Oi! –Respondi

-Falou comigo?

-Não! Disse que Arthur deve estar um pouco ocupado.

-Ah sim! Há essa hora ele deve estar dormindo. E você não demore lendo. Durma bem. –Ela virou e eu voltei à atenção para o livro.

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