Capítulo 1

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Toc Toc

- Pode entrar - falei enquanto terminava de arrumar as malas para a viagem ao Brasil.

- Ali, o vôo sai em trinta minutos. Precisamos ir - disse Taylor entrando no meu quarto e pegando  as malas que estavam prontas.

Tay é dois anos mais velho que eu, e é a única pessoa que eu tenho aqui nos Estados Unidos. Conheci ele no primeiro dia na universidade ,  viramos grandes amigos. Mesmo depois de chegarmos ao auge de nossas carreiras nunca deixamos de morar juntos. Ele irá ao Brasil para me auxiliar no caso do Dr. Ávila.

Não queria deixar meu escritório, minha casa, e passar seis meses no  Brasil, porém, não vejo dona Lúcia, minha mãe, há muito tempo, morro de saudade dela.

Desci as escadas da enorme casa, mesmo com Taylor, a casa continua imensa. Ele me aguardava dentro do carro preto. O motorista ao me ver correu para guardar as últimas malas, e em seguida abriu a porta para eu  entrar. Agradeci. Entrei. Comecei a sorrir ao ver meu amigo discutindo com a namorada no celular .

- Para de drama, só passarei seis meses. Se você quiser esperar nos podemos dar um tempo - ele disse e revirou os olhos.

A namorada dele é muito antipática e insegura. Ela morre de ciúmes de  mim, não dou bola, afinal, me ponho no lugar dela, deve ser difícil ver seu namorado trabalhando, morando e viajando com uma mulher. Besteira a  dela, nós dois somos como irmãos.

- Fala logo que você quer terminar. Já fiz inúmeras viagens e você nunca se importou - Falou e fez um breve silêncio. Mas logo sua expressão foi substituída de calmo para agoniado, inquieto - Sabia, te conheço. Não tem problema. Faz um favor pra mim? Para de se fazer de vítima, a escolha foi sua.

Ele desligou o celular, suspirou, e logo depois voltou a colocar um sorriso no rosto. Se tem uma coisa que admiro nele é o sorriso. Ele  sempre está sorrindo, não importa o quão machucado ele esteja por dentro.

- Quer conversar? - falei e o abracei com força.

- Você já sabe, mais uma crise de loucura. Não aguento mais esses dramas desnecessários e ciúmes bobos eu a amo - Taylor falou se afastando de mim.

- Você não precisa ir ao Brasil. Fique e resgate a relação de vocês - falei tentando parecer convincente.

Não suporto a Mary, ela é extremamente possessiva e exige que Tay tenha atitudes que não são condizentes com a personalidade dele. Entretanto, seria muito egoísmo da minha parte dizer para ele me ajudar nesse caso e me acompanhar mais uma vez, sendo que ele quer construir uma família e ser feliz.

- Eu quero ir. Preciso de um tempo para mim - ele falou e me encarou perguntando - O que foi?

- Nada, só acho que dificulto a sua vida amorosa. Ela me odeia e você a  ama e eu te amo... então te peço pra ficar - falei desviando meu olhar do dele.

Eu queria uma resposta, mas ele calou. Chegamos ao aeroporto. Desci do  carro e três seguranças estavam aguardando. Um deles pegou um carrinho,  retirou as bagagens do carro e seguimos direto para o avião. (Evitamos  demorar muito tempo em um lugar só, em função do perigo da profissão.  Por isso quando chegamos em lugares públicos tudo está organizado para  não demorarmos mais que o necessário)

Taylor continuou calado, achei melhor dar o tempo dele. Acomodei - me na poltrona do avião executivo, liguei o computador e comecei a ler tudo sobre o novo caso. As horas passaram muito devagar. Não aguentava mais,  adormeci de tanta impaciência.

Chegamos no Rio de janeiro de manhã cedo. Seguimos para meu apartamento na Barra da Tijuca.

-Que apartamento bonito - comentou Tay. Primeira frase desde ontem.

- Vou tomar um banho. A  reunião com o Dr. Ávila é em uma hora. Escolha um quarto e qualquer coisa você pode pedir à Jane - falei seguindo para meu quarto.

- Quem é Jane?

- Sou a mordoma, senhor - Jane apareceu atrás dele.Tomei banho correndo. Lembrei que as malas ainda estavam na sala, então abri o  closet, pois sabia que minha mãe havia comprado alguma roupa pra mim. Ela tem essa mania. Encontrei um vestido azul, três dedos acima do joelho, calcei o mesmo sapato da viagem. Abri a bolsa, passei um make básico, arrumei o cabelo com um pouco mais de calma e estava pronta.

Encontrei meu amigo pronto me esperando no grande sofá azul marinho.

- Como estou? - perguntei rodando.

- Eu pegava - ele respondeu sorrindo.

Seguimos para o centro, onde se localizava meu escritório de advocacia. Era um prédio todo vidrado. Entrei e muitas pessoas me comprimentaram.  Era bem estranho, fundei uma empresa de advocacia a distância.

-Olha quem chegou - falou uma mulher, óbvio que reconheci a voz.

-você deve ser a Sra. Sanclear, diretora geral, certo? - falei sorrindo. Ela odiava quando a chamava de diretora.

Nos abraçamos, mas o abraço foi interrompido por Taylor.

- Minhas gatas, sinto interromper, mas estamos atrasados.

Lembrei do compromisso e sai correndo para o elevador. Subimos até o último andar, onde só havia uma sala grande, com mesa e cadeiras de  vidro, tablets e dois homens sentados.

- Com licença, desculpem - me pelo atraso - falei ajeitando o vestido e sentando de frente para os cavalheiros, e Taylor sentou ao meu lado.

- Tudo bem, depois que fui afastado da medicina não tenho nada para fazer mesmo.

Olhei para o homem de terno, e lembrei do que eu não queria lembrar. Mas mantive a postura.

- Obrigada pela compreensão Dr. Ávila - disse ligando o tablet ao meu lado.

- Meu nome é Iago, sou irmão dele - falou o rapaz mais novo apontando para Matheus.

- Prazer, Dra. Alice Sanclear - disse sorrindo ao mais novo e redirecionei o olhar para o acusado - Preciso da sua sinceridade. O que realmente  aconteceu naquela consulta? - falei enquanto fazia as anotações para  iniciar o trabalho.

  - A senhorita excelência realmente acha que eu estuprei aquela mulher?  Você acha que eu preciso disso? Eu precisaria te pegar a força para você ceder aos meus encantos? Óbvio que não - falou rindo. O que esse idiota  pensa que é?

Vou colocar ele no lugar dele! Acabei de conhece - lo, nunca dei essa liberdade...

- O senhor... - alterei o tom da voz e fui interrompida por Iago.

- Não ligue Dra. Sanclear, ele fala isso para todas as pessoas que perguntam isso. Sinto muito.

- Tudo bem, contanto que ele fale somente o necessário - pronunciou Tay.

- Você é muito bonita séria sabia? - falou Matheus.

Em todos esses anos, essa é a primeira vez que um cliente dá em cima de mim tão descaradamente. Já chega!

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Oiiii gente... Bom, este livro não tem uma autora como de costume. Somos duas amigas que juntamos idéias e experiência na escrita para fazer esta obra. Espero que vocês gostem da Alice, pois ela é uma mistura das nossas personalidades( não julguem a Ali... ela tem muitos motivos para tratar o Matheus assim... passado...chega d spoiler). Matheus vai aprontar de mais... torrar muito a paciência de sua advogada( será que ela vai deixar ele vivo?? huahahahahh brinks). Preparem- se para a aventura que vem por aí!!! Nem tudo é o que parece!!! Bjsssss
By: Fernanda e Beatriz

Defesa Quase PerfeitaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora