Capítulo 08 (parte 03)

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Anna e Luca, Mavi e Stela, eu e os amigos de turma de Marianinha seguimos para o restaurante enquanto ela e sua colega se reuniam com meus pais e os coordenadores do curso.

O restaurante era também um barzinho charmoso de estilo rústico. A parte interna tinha sofás de couro e mesas baixas, tapete de pele artificial e um enorme balcão; algumas mesas redondas perto da janela com seis cadeiras de madeiras acolchoadas. Um vidro transparente era usado como divisória para a parte externa, onde tínhamos reservado nossa mesa. A varanda era linda toda projetada num deque, mesas e cadeiras de madeiras com alguns balanços de tronco. Refletores ficavam no chão atrás dos vasos de planta e tocava a mesma música que ouvimos quando passamos pelo bar.

Na porta da varanda, senti uma mão me segurando e virei me deparando com Thomaz e seu sorriso largo. Sorri de volta e o abracei.

_ Oi, Thomaz! _ ele estava de terno azul escuro, uma camisa preta e sem gravata. _Tudo bem?

_ Tudo. Fazendo o que, por aqui? _ Marianinha chegava com sua amiga, nos cumprimentando rapidamente e indo direto para a nossa mesa.

_ Marianinha acabou de se formar.

_ Aquela é a Mariana? _ Thomaz levantava as sobrancelhas e eu olhei na mesma direção que ele. Assenti com a cabeça. _ Ela tá... tá diferente.

_ Diferente? _ olhei de novo. De fato, tinha algo diferente nela mas não sabia explicar o quê.

_ Preciso ir, tô num jantar de negócios. _ gelei quando Thomaz soltou essa informação. Será que Gustavo estava ali. Cacete, o que eu faria? Precisava fugir daquela situação. Passeei os olhos varrendo o local quando Thomaz franziu o cenho. _ Que foi?

_ Nada... Veio fazer negócios, sozinho? Cadê seu pai? _ começaria perguntando pelo pai para disfarçar e depois chegaria onde me interessava.

_ Já faz tempo que eu tirei as rodinhas da bicicleta, Valentina. _ rimos. _Eu sei fazer as negociações sem meu pai. Preciso voltar. Mas tô naquela mesa, ali. Se você for embora, passa ali pra me dar um beijo, ok? _ olhei para a mesa e vi mais quatro homens de terno. Nenhum era Gustavo, graças aos céus! Thomaz me deu um beijo no rosto e seguiu para a sua mesa. Fui sentar ao lado de Marianinha e a abracei.

_ Recordar é viver? _ Marianinha apontou para Thomaz.

_ Você está muito louca, minha amiga! _ disse dando uma bicada em sua caipirinha e pedindo um chá gelado para o garçom. _ Tá feliz?

_ Bastante! _ ela deu um sorriso radiante e suspirou. O cansaço era estampado em sua olheiras e na perda de peso mas, também, havia um brilho de satisfação.

_ Meus pais estão apaixonados por você, né?

_ Você não tem ideia de como isso é incrível! Seus pais são incríveis e conversar com eles sobre minha pesquisa, a troca de experiências...

_ Mas esse trabalho foi diferente, amiga... Não sei, você tá desabrochada. _ ficamos nos olhando alguns segundos até que minha ficha caiu e eu engasguei com o chá gelado. Ela quase gargalhava mas nada dizia. _ Não acredito! Quando?

_ A gente se conheceu semana passada...

_ Como é que é? _ virei completamente para encará-la. Ela demorava a responder as perguntas, ficando um pouco pensativa ou nostálgica, o que me deixava agoniada. _ Mariana, responde!

_ Eu o conheci semana passada e pareceu tudo tão certo, o tempo que ficamos juntos. _ franzia a testa. _ É, ele já foi embora. Ele é italiano. Passamos todos esses dias juntos e ele foi embora há dois dias.

Doce Vingança, livro 01Where stories live. Discover now