Um sentimento não identificado

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– Está tudo bem. Quando você se sentir melhor, vou te levar para casa.

– Ok. – foi tudo o que ela conseguiu falar antes de cair no sono novamente.

Ouvi a porta abrir e sabia ser a enfermeira.

– Você precisa sair agora.

– Tudo bem. Eu aguardo lá fora até Belinda acordar.

Fiquei na sala de espera por mais duas horas até que fui chamado de volta ao quarto. Belinda despertara e estava querendo me ver.

– Oi. – falei quando entrei.

– Oi.

– Pensei que tivesse ido embora.

– Estava esperando você acordar.

– Bem, já estou acordada. Você pode ir descansar Kadu. Já te segurei demais aqui.

– Não se preocupe comigo. Como está se sentindo?

– Dopada. – ela tentou rir, mas seu sorriso saiu forçado.

– Sente dor?

– Não agora. Seja lá o que eles me deram fizeram efeito.

A porta do quarto foi aberta e um homem aparentando ter a idade da minha mãe entrou trazendo uma prancheta em suas mãos.

– Olá, sou o doutor Bruno. – disse enquanto esticava uma mão para me cumprimentar.

– Eu sou Kadu. – falei aceitando seu cumprimento.

– Você é o namorado?

– Kadu é apenas meu amigo. – ela pareceu ter ficado sem graça.

– Entendo... Preciso falar com alguém da família.

– Pode falar comigo, sou eu quem está doente... - Belinda pareceu se irritar.

O médico limpou a garganta antes de começar a falar.

– Falei com o seu médico e ele me deixou ciente da sua situação.

– Por favor, doutor, vamos direto ao ponto da questão.

– Belinda, você precisa ficar calma... – tentei falar.

– Eu estou calma, não percebe?

– Belinda, sei que pode não parecer fácil receber uma notícia assim, mas você precisa começar a quimioterapia logo. E também procurar alguém compatível que possa ser doador.

– Doador? – perguntei.

– Para o caso da quimioterapia não funcionar, Belinda precisará de um doador de medula óssea.

Olhei para Belinda e vi toda a cor do seu rosto sumir. Minha primeira reação foi segurar sua mão.

– Aconselho falar com sua família.

– Faremos isso. – eu respondi pela Belinda.

– Esse hospital infelizmente não atende paciente como você. Vou lhe dar alta, mas peço que procure entrar em contato com o hospital Albert Einstein e inicie o tratamento imediatamente.

– Faremos isso. – falei.

*

Esperei Belinda trocar de roupa para depois levá-la para casa. Deixamos seu carro no estacionamento do hospital e ela não reclamou. Na verdade, ela não falou nada durante o percurso de volta para o campus.

– Você não falou nada a viagem inteira. – falei desligando o carro e me virando para ela.

– Não há nada para falar... Você ouviu o que o médico falou.

– Você não pode desistir agora.

– Por que lutar? – disse começando a chorar.

Soltei o meu cinto e fui ao seu encontro.

– Ainda não é hora de jogar a toalha.

Fiquei com ela no carro até ela parar de chorar.

– Vou te levar para seu apartamento. Você precisa dormir.

– Não posso ir para meu apartamento.

– Ok, vamos para o meu então.

Saí do carro e fui abrir sua porta. Ajudei ela sair do carro e a conduzi até meu apartamento.

– Uau! Passou um furacão aqui no seu quarto?

Belinda perguntou quando entramos no meu quarto, vendo a cama desfeita e minhas roupas jogadas no chão.

– Não tive tempo de arrumar.

Falei enquanto pegava a roupa do chão.

– Não senta! – gritei quando vi ela se aproximando da cama.

Minha cama ainda estava com vestígios da minha distração mais cedo com Simone. Parecia errado deixar Belinda sentar em um lugar onde outra garota estivera.

– Eu só ia... – disse erguendo as duas mãos para o alto.

– Deixa eu trocar a roupa de cama.

De repente me senti sujo. Enquanto Belinda estava precisando de ajuda, eu estava me divertindo com uma garota para esquecer meus problemas.

– Vou trocar a roupa de cama, por que não tomar banho para tirar o cheiro de hospital enquanto faço isso? – tentei parecer normal.

– Humm... Claro.

Ela seguiu para a porta e eu comecei a tirar o jogo de cama.

– Onde tem toalha?

Olhei e ela ainda estava parada na porta.

– Segunda porta do guarda-roupa. – falei e voltei a fazer o que estava fazendo.

Quando Belinda voltou do banho, tudo já estava pronto para ela dormir.

– Deixei tudo pronto. Espero que consiga dormir.

– Obrigada.

– Vou dormir no quarto do Nick. Qualquer coisa é só me chamar. – falei saindo do quarto.

– Kadu...

Ela me chamou de volta.

– Sim?

– Obrigada. – ela sorriu sem graça.

– Não precisa agradecer. Boa noite.

– Boa noite.


Antes de você - Livro 3Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα