Dia 15

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Dr. Foster

  Estou de partida para Nova Iorque. Foi decretado na reunião com o diretor do CDC e com o Presidente dos Estados Unidos a quarentena imediata de Atlanta e hoje será o último dia para sair daqui.

  Deverei partir no final da manhã com a Jane e mais um grupo de médicos, onde seremos automaticamente transportados para um laboratório em Nova Iorque, de helicóptero. Era suposto irmos numa carrinha, como o grupo anterior. Porém, devido ao medo criado pela doença, os habitantes estão a sair da cidade, não sendo fiável ir de meio terrestre. Também podia ir de manhã, com o meu superior e os restantes cientistas, mas prefiro ficar aqui mais tempo a ajudar no Hospital de Morrow e ir depois com a equipa médica.


Mark Evans

  Infelizmente, estou na sala de espera. A minha mulher e os meus dois filhos foram admitidos no hospital do Texas, com os sintomas semelhantes aos da doença que ouvi falar nas notícias.

  Eu e a minha filha fomos esta semana a Washington inscrevê-la numa universidade. Não me arrependo! Poupei desde que a tive para ela prosseguir com os estudos. Hoje de manhã, chegamos a casa, onde encontrei uma nota no frigorífico redigida pela minha mulher. Dizia que foram ao hospital, em Odessa, porque um dos meus filhos não parava de sangrar.

  O meu mais novo está nas urgências, em estado crítico, por causa da perda de sangue, enquanto a minha mulher está estável, com grandes ataques de tosse, por vezes vermelhos. Por outro lado, o meu outro filho, Robin, engasgou-se com sangue enquanto tossia.

  Temo pela minha mulher! Ela estava a recuperar até à morte dele....


Peter Fisher

  Como esperava, apresento os sintomas iniciais da doença. Isso não significa que vou parar de exercer o meu posto como médico, apenas que já não tenho de me preocupar em não apanhar a doença. Continuarei a desempenhar o meu papel! Com o hospital em quarentena já há alguns dias, sou a única esperança de muitos.

  Recebemos material e alimento. À exceção disso, estamos por conta própria. Os médicos do CDC foram evacuados, deixando os restantes para definhar. Apenas a Marry foi convidada a ir com eles, que gratamente recusou, dizendo que tem de encontrar a sua família. Eu podia ter ido, todavia, felizmente, a equipa reparou na minha situação degradante. Imagino se tivesse ido! Mesmo que sobrevivesse à doença, não aguentaria a minha consciência se infetasse todo o pessoal do CDC!

  A maior parte das pessoas com quem trabalhava já estão infetados ou empilhados com dezenas de outros corpos sem alma. Como, presumivelmente, o vírus se transmite pelo ar, suponho que não há nenhum lugar seguro no hospital. Éramos, na altura da quarentena, cento e noventa e duas pessoas vivas, com treze trabalhadores operacionais. Atualmente, somos apenas trinta e quatro lutadores, três médico, duas enfermeiras e um funcionário, o John Gold. No meio desta desgraça, reuni algumas informações relevantes, que enviei ao CDC pelo computador.

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