Dia 12

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Sofia Fernandes

  São seis da manhã e eu estou preparada para sair da cidade. A doença que o Peter me falou saiu finalmente nos jornais! Com medo, já comprei o bilhete de comboio até o Alabama para ir ter com a minha família. Entretanto, tentei contactá-lo, mas o telemóvel está desligado.


Dr. Foster

  Entro de rompante no gabinete do meu superior. É a hora de almoço, altura em que poucos me verão ir até lá.

     - Boa tarde, Dr. Foster! Em que lhe posso ser útil? – saúda-me, enquanto faz um ruído estridente com o arrastar da cadeira metálica em que está sentado. Por fim, levanta-se.

     - Boa tarde. Dr. Patrick, preciso que ponha em quarentena todo o hospital de Morrow! – digo, firmemente, ao cumprimentá-lo com um breve aperto de mão.

     - Como? Tem a certeza que é necessário? Fazê-lo vai criar medo na população. Já nos custou muito controlar os jornalistas para relatarem a notícia de forma pacífica e pouco alarmante.

     - Tenho! Estive lá dois dias e presenciei a morte de trinta e três pacientes em mais de uma centena de doentes. A doença parece muito perigosa, altamente letal e contagiosa. Temo que já seja tarde para a sua contenção. E ainda para impedir a ...

  O Dr. Patrick interrompe-me e contradiz:

     - Calma! Vou tratar da sua proposta de quarentena, mas peço que se acalme e me atualize de toda a informação disponível.

     - Aí está o problema! Não há informação sobre isto! Os médicos pensavam que era sarampo! Sarampo pode evoluir, mas nunca deste modo! Ser imune às vacinas, ser hemorrágico e gastrointestinal não são características possíveis para este vírus em tão pouco tempo!

O Diário da Pandemia - DegustaçãoWhere stories live. Discover now