Dia 1

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Peter Fisher

  Eu sou um médico infectologista de Morrow, perto de Atlanta. Normalmente, passo o dia no meu consultório. Trabalho num pequeno hospital que emprega cinco auxiliares, doze enfermeiras e sete médicos.

  Completei o curso há dezassete anos e, desde essa altura, trabalho sempre no mesmo hospital, onde fui recentemente promovido a chefe do departamento de medicina geral.

  Hoje, é um dia típico de trabalho. Atendo, diariamente, pacientes nervosos pensando que uma simples gripe é já uma gripe aviária, embora não seja mais mortal que uma gripe comum, apenas mais contagiosa e rara nos Estados Unidos.

  A meio da manhã, recebo um caso incomum. Parece sarampo, pouco letal, mas muito contagioso, numa criança de sete anos. Os sintomas não passam de alguma tosse, febre, conjuntivite e uma leve erupção. Porém, preocupado com a possível transmissão a outros pacientes jovens, isolo a criança numa sala de isolamento. De seguida, mando uma amostra do sangue dela para o laboratório hospitalar, pedindo, entretanto, às funcionárias para desinfetarem o meu consultório e a sala de espera, por razões de segurança.

  Já no final da tarde, mais calmo, sou chamado pelo meu colega mexicano, Dr. Fernandez. Ele suspeita estar perante outro caso de sarampo! O doente aparenta febre, espirros, tosse com sangue e uma leve erupção de pele.

  John, o paciente, tem trinta e três anos e foi vacinado contra o sarampo. No entanto, eu ordeno o seu isolamento, lembrando-me que a vacina protege apenas noventa e sete por cento dos casos e este pode ser uma exceção! Portanto, envio também uma amostra deste paciente para o laboratório, mal sabendo eu com o que estou a lidar.

O Diário da Pandemia - DegustaçãoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt