16. E o tiro saiu pela culatra

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— E sobre Theodora? — perguntei. — Ainda acho que ela sabe de alguma coisa, mas não quer nos contar ou está com muito medo.

— Amanhã, vou ligar para ela — murmurou, levemente irritado — E Dora que tente me evitar

Aquela ameaça me fez tremer.

Depois de nossa conversa — que se limitou a Convenção e a morte das garotas — Kai subiu para o seu quarto dizendo que estava cansado.

E aquilo me deixou estranhamente inquieta. 

Eu quero que ele fique perto de mim?, me perguntei, confusa e angustiada.

Fiquei mais algum tempo, procurando mais alguma coisa útil sobre a tribo de Anyra, mas não encontrei nada. Depois subi para o meu quarto, dando uma olhada na porta de Kai que estava fechada.

Suspirei, entrando no meu.

***

Uma semana se passou. 

E Kai e eu fugimos um do outro como o Capeta foge da cruz.

Sempre que Kai entrava em algum cômodo da casa e me via, logo inventava uma desculpa e saía. E eu fazia o mesmo. Nem café da manhã, tomávamos juntos agora. E olha que era a única hora do dia em que tínhamos que ficar em um mesmo cômodo. Só parávamos para falar um com o outro, quando era algo realmente importante.

Sem mencionar a noite.

Eu sempre o ouvia gritando enquanto dormia, mas nunca me levantava para ficar com ele. E isso acabava comigo. Enquanto Kai tinha aqueles pesadelos horríveis, eu chorava em meu quarto, querendo loucamente correr para ele, abraçá-lo e dizer que tudo iria ficar bem. Mas tinha medo de não conseguir resistir a ele.

E quando não o ouvia gritando a noite, acordava completamente assustada com meu coração acelerado. E sabia que Kai, havia despertado apavorado.

E nessas noites, eu odiava aquela ligação que nos prendia.

E como se minha vida já não estivesse complicada o suficiente, ainda tinha Jeremy, me ligando o tempo todo e mandando um milhão de torpedos, dizendo que queria me ver. E eu realmente me sentia tentada a responder a aquelas mensagens e as ligações, mas ainda me sentia confusa com relação a ele e Kai.

E conhecendo bem Jeremy, não sabia como ele ainda não havia vindo até minha casa e botado a porta abaixo para ter alguma explicação minha. 

A Elena deve estar segurando ele na Mansão Salvatore, pensei, ainda ressentida com minha melhor amiga. 

Se passaram todos aqueles dias e eu ainda não tinha tentado falar com ela. Elena me ligou algumas vezes, mas não fiz questão de retornar às ligações.

De certa forma, até era agradecida por Elena não deixá-lo vir até aqui, pois tremia de medo, só de pensar em Jeremy e Kai se esmurrando por minha causa.

Não queria que Jeremy se machucasse. E estranhamente, também me preocupava com aquele sociopata idiota.

Isso é só instinto de autopreservação..., murmurou minha consciência. Afinal, se Jeremy o matar, você morre também.

Será que é por isso que me preocupo, tanto com Kai?, pensei, intrigada.

***

Dirigi até a casa de Caroline.

Durante essa semana, havia passado muito tempo com ela.  E aquilo era só uma desculpa, para não ficar em casa, porque estava evitando Kai. Porém, quando ele não estava por perto, me sentia muito sozinha e comecei a alimentar minhas paranóias de que Jeremy surgiria ali a qualquer momento. E eu ainda não me sentia pronta para conversar com ele.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOWhere stories live. Discover now