15. Eu? Apaixonado? Quem diria

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Mordi o lábio com mais força ainda. Droga! Só o simples fato de tocá-la daquela forma já estava me deixando excitado. Os dezoito anos de celibato forçado não ajudaram em muita coisa.

Fechei seu vestido um pouco desapontado de o zíper terminar.

Ela se virou para mim com a respiração falha e agradeceu. E já estava quase indo em direção à porta, quando segurei seu pulso.

Bonnie se virou, olhando-me alarmada. Tinha me esquecido que eu a assustava, principalmente quando a tocava sem seu consentimento ou de surpresa.

Então, tentei falar sobre aquelas alianças idiotas. E olha que eu já estava me sentindo bem nervoso sem isso. E Bonnie ficava me interrompendo, o que não estava ajudando. Ela ficou toda cautelosa, quando eu disse que queria dar um presente a ela. O que ela imaginava que ganharia de presente? Restos humanos?

E quando coloquei a caixinha do anel em sua mão, Bonnie a encarou como se alguma coisa muito ruim fosse pular de dentro de dentro dela. A sua falta de confiança em mim, me deixava bem irritado, embora, eu soubesse que aquilo não era injustificado.

Bonnie abriu a caixinha verde — fiz questão na joalheria que tivesse a mesma cor de seus olhos — e quando viu o anel, arfou, surpresa. Por sua expressão, soube que ela havia gostado dele. E fiquei feliz como uma criança.

Ver Bonnie sorrindo me enchia de uma sensação que não pude explicar, só sabia que era muito boa. Era mais satisfatória do que eu sentia depois de matar alguém. E aliás, aquilo era uma comparação bem deprimente.

Aí ela disse que não podia aceitar, e por uma fração de segundo, pensei que ela havia detestado e que ficou irritada comigo, mas logo ela me explicou que não podia, pois aquilo deveria ter sido muito caro e essas coisas. E respirei aliviado, sorrindo outra vez. Se ela soubesse quanto dinheiro minha família tinha e que agora, como líder da Convenção, eu tinha acesso a todas as finanças dela, não ficaria tão preocupada com isso.

Peguei a caixinha e retirei o anel, a jogando por cima do ombro, e peguei aquela mãozinha linda de Bonnie e coloquei o anel em seu dedo com delicadeza.

E a sensação de felicidade que me percorreu era praticamente impossível de explicar. Para mim, aquele anel era o símbolo de que Bonnie era minha, e quem o visse saberia daquilo.

Em toda minha vida nunca pensei que fosse me sentir tão possessivo em relação a alguém. Não era de meu costume criar laços afetivos com ninguém. E de uma hora para outra me vi envolvido por Bonnie. Por sua beleza e seu sorriso lindo. E isso me deixava maluco. 

O que está acontecendo com você, cara?, me perguntei, confuso. Talvez, eu finalmente estivesse me conectando. Então, aquilo era ser humano de verdade?

Como ela era muito inteligente, percebeu o significado daquele anel. E não pude deixar de provocá-la, mostrando minha própria aliança. Bonnie pegou minha mão, olhando para o anel e a soltou levemente irritada por eu não ter contado aquilo a ela. Mas, logo sua raiva cedeu e ela me agradeceu, sorrindo daquele modo estonteante.

Fomos para a garagem e eu iria dirigir, se Bonnie não fosse tão ciumenta com aquele carro idiota. E não perdi a oportunidade de provocá-la, fazendo com que ela encostasse na lataria reluzente, enquanto me aproximava, vendo sua expressão assustada e com mais uma emoção que não consegui detectar... E merda! Como quis beijá-la naquele momento. Não aqueles beijos estúpidos que dei no ensino médio ou na faculdade. Dessa vez, aquilo realmente queria com todo o meu ser.

Aquela boca com o batom vermelho parecia estar me provocando, mas consegui resistir, brincando com ela, vendo Bonnie entrar no carro furiosa.

Quando entrei, ela estava ofegante e segurando o volante do carro com mais força que o necessário. E como não perco a oportunidade, fiz uma piadinha com aquilo.

Convergência Sombria | Bonkai | EM REVISÃOWhere stories live. Discover now