O fim do expediente chegou mais rápido do que Joong esperava. Com o boné torto na cabeça e o moletom já jogado por cima do uniforme, ele tirava as luvas quando se aproximou de Park, que ainda organizava os últimos pedidos no balcão.
— Mãe... tô indo, tá? Prometo voltar cedo. — disse, inclinando-se pra beijar o rosto dela.
Park sorriu, o carinho evidente no olhar.
— Vai com calma. Se divirtam. E obrigada por avisar, filho.
Joong tirava o avental quando Milk se aproximou, segurando a alça da bolsa com leveza.
— Me espera uns minutinhos? Vou passar em casa pra dar um tapa no visual. Não quero parecer só a irmã do Khao hoje. — disse brincando, os olhos já brilhando com empolgação.
Joong sorriu, balançando a cabeça em concordância.
— Vai lá. Mas só se prometer voltar ainda mais bonita do que já tá.
Milk deu um beijo leve na bochecha dele e saiu com um tchau animado para todos.
— Milk! — chamou, quando ela apareceu novamente, já arrumada. Estendeu discretamente uma nota enrolada. — Compra um algodão-doce, um bichinho de pelúcia... sei lá.
— Khao! — ela disse, rindo e pegando a grana. — Relaxa. Ele tá sendo um fofo.
— Fofo demais. Tô desconfiado. — Khao rebateu, de olho em Joong.
First riu, já empurrando os dois pra fora da lanchonete.
— Vão logo antes que o clima fofo vire interrogatório policial.
O parque de diversões não era exatamente enorme, mas tinha aquele charme quase infantil que fazia tudo parecer mais leve. As luzes piscantes, o cheiro de algodão-doce e pipoca no ar, e o som distante da roda-gigante funcionando davam ao lugar um ar de nostalgia.
Joong caminhava ao lado de Milk, mãos no bolso do moletom, o olhar curioso ao redor. Ela usava um vestido florido, tênis branco e uma presilha de borboleta no cabelo. O contraste entre eles era visível, mas havia algo bonito naquela cena — como dois mundos diferentes tentando caminhar no mesmo passo.
— Você já veio num lugar assim antes? — Milk perguntou, oferecendo uma maçã do amor que tinha comprado minutos antes.
— Quando era criança... — Joong respondeu, mordendo devagar. — Meu pai me levava, mas... não era tão divertido. Ele passava o tempo todo no telefone.
Milk olhou pra ele com ternura, apoiando a mão no braço dele por um instante.
— Agora é diferente. — disse, sorrindo.
Joong sorriu de volta. E por um instante, foi.
Eles seguiram andando por entre as barraquinhas até pararem diante de uma lojinha de pelúcias e brinquedos pendurados. Joong fixou o olhar em um pequeno dinossauro verde de olhos grandes e expressão boba. Ficou em silêncio por alguns segundos, como se tivesse sido engolido por uma lembrança.
Milk o observou, com cuidado.
— Tudo bem?
Joong demorou um pouco pra responder, mas não desviou os olhos do brinquedo.
— É só que... eu costumava chamar alguém de “dinossaurinho”. — A voz saiu baixa. — Um apelido bobo, eu sei.
Milk franziu os lábios, mas não com raiva. Apenas... compreendendo.
— Você ainda gosta dessa pessoa?
Joong finalmente olhou pra ela. Os olhos não pediam desculpas — só mostravam uma verdade crua e sem maquiagem.
— Sim. Muito. Eu tô gostando de você, Milk. Juro que tô tentando... mas meu coração ainda tem dono. E, por mais que eu não saiba se essa pessoa vai me querer de volta, esse sentimento ainda tá aqui.
Milk ficou em silêncio. A resposta doeu, claro. Mas também... foi verdadeira. E verdade sempre foi o mínimo que ela pedia.
Ela respirou fundo, olhando para a roda-gigante iluminada.
— Então... o que você quer fazer? Me afastar? Ou continuar tentando esquecer essa pessoa comigo por perto?
Joong deu um passo à frente, gentil, e a puxou para um abraço. Foi apertado, mas não possessivo. Um daqueles abraços em que alguém pede desculpas sem usar palavras.
— Se você ainda quiser ficar... me dar uma chance pra tentar esquecer, pra descobrir se algo pode nascer aqui... eu quero tentar. Só não quero te enganar.
Milk fechou os olhos no abraço, escondendo um sorriso melancólico no moletom dele.
— Então vamos tentar. Mas se um dia ele voltar... me promete que vai me contar?
— Prometo. — Joong respondeu com sinceridade.
Ali, entre as luzes coloridas, o barulho das crianças e o som distante de uma banda tocando músicas antigas, dois corações tentavam entender se podiam ser mais que um porto temporário um pro outro.
E o pequeno dinossauro de pelúcia continuava pendurado na barraquinha, observando tudo.
ŞİMDİ OKUDUĞUN
Oops! I Knocked Up My Nerd
Hayran Kurgu**Sinopse:** Joong, o popular e cruel estudante, sempre fez da vida de Dunk, o nerd tímido, um verdadeiro pesadelo. As provocações diárias e o bullying nunca abalaram Dunk, mas tudo muda quando seus pais - a mãe de Dunk e o pai de Joong - decidem co...
