Capítulo 36

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Ele caminhava devagar, devia estar todo dolorido. Ele passou o braço pelo meu ombro pra tentar se apoiar melhor.

Eu peguei sua camisa, abraçando sua cintura e caminhamos até sua casa.

Mal entramos, ele fechou a porta rapidamente empurrando-a com o pé, agarrou minha cintura abraçando-me apertado, desesperadamente, beijando-me com força e aflição. Eu retribui com a mesma intensidade.

- Ah Victor meu amor, me perdoe. - Sussurrei em seus lábios.

Sentia o gosto de sangue em minha boca, mas ele continuava me beijando com mais avidez ignorando a dor, como se aquele beijo fosse o remédio para todo aquele tormento que ele estava vivenciando.

O abraço, o beijo, o calor do nosso coração aflito, era tudo que tínhamos para nos apegar.

- Ah Sophia... eu preciso tanto disso. - Sussurrava ofegante. Me apertando mais ainda junto dele.

Eu retribuía, temendo somente pelos seus machucados, mas ele seguia me beijando desesperadamente.

Ficamos nesse surto aflito e apaixonado, até que aos poucos ele foi se acalmando.

Permanecemos abraçados, até que a nossa respiração fosse lentamente voltando ao normal, embora mais tranquilo, permanecia beijando meus cabelos, meu rosto.

- Ah Victor. - Suspirei.

Eu tinha tanto medo de perdê-lo; se eu tivesse que me afastar dele, eu não sei se aguentaria. Sentia as batidas de seu coração ficando mais lenta.

Ficamos abraçados, em silêncio, por um bom tempo, apenas nos certificando de que realmente estávamos juntos. Ah como precisávamos disso.

Quando ele finalmente se acalmou, afastou um pouco seu rosto para poder me olhar melhor, mas sem me soltar de seus braços, olhou-me fixamente e deu um pequeno sorriso, afagando meu rosto.

- Você tem ideia do quanto eu sou louco por você, o quanto eu preciso de você, minha linda Sophia.

- Eu passaria por tudo isso de novo, só pra ter você assim em meus braços. - E me apertou junto a ele novamente.

Olhei pra ele com paixão, tocando de leve naquele rosto lindo e ferido, não me contive e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, meu peito se apertou diante da profundidade do meu sentimento por ele.

- Ah Victor, eu fiquei tão desesperada meu querido... mas isso tudo... foi culpa minha... olha só pra você. - Coloquei minha mão na boca pra embargar meu choro.

Ele me olhava com tanto carinho, acariciando meu rosto e secando minhas lágrimas. Estava arrasada por vê-lo daquele jeito, ferido. Olhava consternada para aqueles olhos azuis, me sentindo culpada.

- Me perdoe Victor, eu não queria lhe causar nada disso, eu nunca pensei que isso pudesse acontecer. - Sussurrei junto dele, com a voz embargada, minha cabeça enterrada em seu peito, abraçava-o forte, mas com receio de machucá-lo ainda mais.

- Mas eu sim Sophia, já estava esperando, eu tinha certeza que ia vir em cima de mim. Ele me odeia... sempre me odiou! Isso foi só uma desculpa pra ele descontar sua raiva. - Disse ele resignado, beijando meus cabelos.

- Pelo menos agora estou livre! - Olhei pra ele surpresa.

- Que absurdo Victor, seu pai não te odeia. - Mas não consegui colocar muita convicção em minha voz, pois eu vi o seu olhar.

- Ele nunca foi meu pai! Ele desconhece o verdadeiro sentido desta palavra Sophia, por isso nunca consegui chamá-lo assim. Paciência, eu preciso seguir com a minha vida, só que agora, não vou mais tentar agradá-lo. Chega!

Victor & SophiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora