Senti sua falta

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Lynx passou o resto da noite e o dia seguinte pensando em como arranjaria um jeito de ir até A Toca encontrar o Rony, mas nada parecia solucionar seu problema.
- Concentre-se - Severo Snape reclamou dando um pequeno choque nela com a varinha, e ela esfregou rápido o braço depois de soltar um "ouch!".
Naquela manhã eles estavam treinando no pequeno terraço que tinha na casa, uma xícara de café esfriava no muro junto com uma xícara de chá preto.
Lynx treinava feitiços mudos para transmutação tanto em objetos quanto nela mesmo desde que foi abruptamente acordada as quatro da manhã.
Ela olhou para o maldito vaso de flores que estava com a boca quebrada e desejou que ele se concertasse sozinho, e com tamanha raiva que ela tava daquele vaso deu certo.
E mais uma vez ele lhe deu choque com a varinha.
- Ouch! Para que fez isso?!
- Voce usou seu poder sem usar o feitiço.
- Eu ja disse que não quero que entre na minha mente.
- E eu ja disse para você que se não quiser evitar isso tem que treinar oclumência, alem disso, eu ja disse para voce nao usar esse poder por impulso ou raiva.
- Voce nunca me deixa treinar todo o meu potencial.
- É um potencial perigoso.
- Então me treine para eu não correr riscos - Ela falou irritada, sua voz algumas oitavas mais altas.
Por fim, deu as costas a Snape e subiu para seu atual quarto. Arrumou uma pequena mochila. E se pendurou no parapeito da janela antes de se transformar em uma raposa e correr pelos telhados, em fuga, na direção de uma área afastada de trouxas para criar uma chave de portal.
Depois que criou a chave de portal para seu destino, simplesmente respirou fundo e esperou que a sensação de ser sugada por um redemoinho a tomasse.
Quando largou o objeto, se viu no meio de um campo. Viu uma casa meio retorcida um pouco a distancia e sorriu antes de começar a se transmutar. Trocou a cor dos olhos, o cabelo, afinou mais o nariz e encolheu alguns centímetros do corpo, quando terminou de modificar toda sua aparência, respirou fundo mais uma vez, tomando coragem para andar ate A Toca.
Era noite e tudo estava apagado, ja deviam estar dormindo, e Lynx decidiu tentar com a sorte qual deveria ser o quarto do Rony. Pegou uma pedra no gramado e atirou em uma das janelas, mas nao com muita força para quebrar. Lynx viu a luz se acender na quarta pedra jogada contra a mesma janela e viu o corpo meio magricelo de um garoto de cabelos desgrenhados.
- Vou trocar meu nome para Luck - Ela falou para si mesma quando viu Rony abrir a janela e por a cabeça para fora da abertura. Quando ele olhou para ela, mesmo sonolento, ela soube que ele conseguia ver por baixo dos feitiços quem ela realmente era.
Ele deu um sorriso e fez um sinal com a mão para ela esperar.
- O que você fez com seu rosto? - Rony perguntou assim que abriu a porta e a abraçou.
- Achei que tinha conseguido me transmutar... Queria nao ser notada pela sua família...
- Claro... - Ele falou desconfiado - Consegue ficar bronzeada? Continua pálida feito uma Malfoy.
- Era uma ofensa? - Ela perguntou olhando para ele que sorriu. Ela se concentrou e começou a pensar nas paginas de revistas trouxas em que as modelos eram brasileiras. Senti meu "poder dos desejos" formigar em meu corpo antes de abrir os olhos e ver uma expressão surpresa em Rony.
- Nao sabia que era tão boa assim em transfiguração. Quando quiser me ensinar, estou a sua disposição - Rony falou e Lynx sorriu
- Senti sua falta - Lynx falou abraçando Rony de novo.
- Anda, entre. Voce deve estar com fome. Eu estou. Vamos comer algo e depois voce me conta como conseguiu a permissão para vir me ver.
- Quem disse que eu consegui a permissão?
- Rebelde, inconsequente, fujona - Rony falou descrente - Nunca achei que diria isso, mas você é a Sonserina mais incrível que eu conheci.
- Isso eu ja sabia - Lynx deu um sorriso e Rony balançou a cabeça, a abraçando sobre os ombros e a levando até a cozinha.

•••

- Então, Lisa Malfes, nao lembro de ter te visto antes na escola - Fred falou e Rony chutou seu calcanhar, recebendo logo um de volta por debaixo da mesa do café da manhã.
- Nao sou das mais populares.
- De que Casa você é?
- Corvinal
- É amiga da Luna? - Gina perguntou.
- Nao. Ela é bem... Excêntrica
- Nao encha a menina de perguntas inconvenientes ate parecem sangue-sugas - Molly falou servindo a mesa com uma torta - E seus pais, quem são?
- Meus pais morreram em um acidente, eram trouxas - Ela deu a primeira desculpa que conseguiu e que sabia que pararia as perguntas.
Dito e feito, todos ficaram em silencio por um tempo e Rony apertou sua mão por baixo da mesa.

•••

- Minha mãe gostou de você - Rony falou enquanto eles se sentavam debaixo da sombra de uma árvore.
- Ela gosta enquanto nao sabe quem sou de verdade, ela vai te expulsar de casa quando souber que sou Lynx Malfoy - Ela falou olhando para a casa meio torta. - E com sua irmã não deve demorar.
Desde aquela manhã Gina estava tentando fazer Lynx deixar escapar algo a respeito dos Malfoy para que a mãe expulsasse a garota dali, e apesar de suas tentativas falhas, essa atitude da ruiva ja estava a irritando.
- Ela só esta com ciúmes.
- Ciúmes?
- Voce esta com toda a atenção. Sempre esteve e estará. Na escola voce é a bruxa mais inteligente da Sonserina, aqui voce é a minha amiga que a mamãe adorou.
- Não é bem assim... Alem disso, sua mãe deve adorar a Hermione.
- Ela gosta... Mas nao é a mesma coisa... Ela é a Hermione, e voce...
- Eu?
- Bem... - Ele ficou vermelho tentando se explicar, mas desviou o rosto e seu olhar parou em Fred e Jorge - Te desafio no quadribol, vamos ver o que sabe!
- Ei nao é justo! Fred e Jorge estao no time...
- E eu planejo entrar - Ele a cortou.
- Aumentou a injustiça.
- Anda Malfoy, nao se garante? - Ele perguntou erguendo a mão para ela pegar e ajudar a levantar.
- Contra um bando de Weasley, nao mesmo, vou sair toda machucada - Ela falou estreitando os olhos em desafio e ele fez a mesma expressão.
- Anda logo - Ele falou e sorriu, puxando ela pra cima.
O resto do dia, eles passaram jogando com Fred e Jorge, que de inicio nao gostaram da ideia, mas depois de "testar" o desemprenho de Lynx jogaram sem problemas. Gina nao quis se misturar com a Malfoy entao passou o resto do dia no seu quarto, irritada com toda a atenção e carinho que ela estava conseguindo em tão pouco tempo.
O dia amanheceu e Lynx se despediu dos Weasley, alegando que o seu "tutor" a aguardava na estrada trouxa, mas nao passava de uma desculpas para ir encontrar a chave de portal e se transportar para Londres, onde se desfez do feitiço de aparência e embarcou no trem para Hogwarts.
•••

A primeira coisa que viu quando pos os pés no grande salão foi a carranca de Snape, que nao era direcionado a nenhum grifinorio e sim para ela. Um milagre.
Ele estava irritado pela fuga dela, e ela com um frio na barriga ao imaginar uma conversa com Snape sen a presença de mais ninguem. Ele provavelmente diria que nunca mais a ensinaria nada de magia, a reprovaria e a faria ser expulsa de Hogwarts em um piscar de olhos.
Mas ela não aceitaria isso.
O jantar inicial foi diferente, duas escolas haviam ido participar do jantar e Dumbledore anunciou o torneio tribruxo, o que animou a todos, tanto com a ideia de participar do torneio, como com ter novos amigos ou algo alem.
Mas ainda assim, Lynx não estava empolgada, nao apenas pela regra do torneio nao a incluir, mas com o fato de nao conseguir segurar o nervosismo quanto ao que Snape falaria quanto a sua fuga.
No caminho do dormitório, Draco contava o quanto suas ferias haviam sido incríveis, mas Lynx não dava muito atenção, so acenava a cabeça quando ele perguntava se ela o estava ouvindo.
Antes de se separarem para os dormitórios, ele a segurou pelo pulso, e por um instante Lynx achou que o tempo houvesse parado. Os olhos dela subiram desde o pulso, para o braço dele, ombro, pescoço, maxilar, lábios, até parar em seus olhos normalmente gélidos mas que estavam cinzas melancólicos.
Eles estavam parados no meio do caminho, mas ninguem se atrevia a esbarrar neles.
Ele a observou durante todo o monólogo e soube de primeira que algo estava errado quando a viu ficar sem apetite no jantar.
Quando todos foram para seus dormitórios, Draco deslizou sua mão até a dela, entrelaçando os dedos em um perfeito encaixe. Ela abaixou a cabeça ao sentir o gesto e olhou para suas mãos, draco ergueu a outra mão e tocou o rosto dela, colocando uma mecha de cabelo para trás da orelha.
- O que aconteceu com você? - Ele perguntou e ela o abraçou pelo pescoço, ele demorou para reagir, nao esperava dela tal gesto, nao depois da forma como ela vinha agindo.
- Eu fiz uma coisa horrível... - Ela falou com voz chorosa, e ele envolveu sua cintura, a puxando para ainda mais perto.
Ela começou a chorar em seus braços e ele nao soube o que fazer a não ser a abraçar com mais força.
- Nao importa o que você fez, sei que vai dar um jeito para acertar as coisas - Ele falou depois de um tempo, apenas depois dela terminar de chorar.
- Temos aula amanha - Ela falou respirando fundo antes de se soltar de Draco. Mas antes que ela desse as costas para ele e fosse embora, ele decidiu reagir.
- Ei - Ele chamou e ela ergueu a cabeça, recebendo o par de lábios dele tocando os seus. O simples selinho ganhou intensidade de desejo conforme suas línguas se tocaram quando ela lhe deu passagem. Ele se afastou relutante e num suspiro falou - Senti sua falta

Proud and Love - Draco Malfoy fiction (Livro1 || Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora