Epílogo

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As cortinas brancas do hospital balançavam suavemente pela brisa fresca vinda de fora, enquanto Anne olhava para sua filha recém-nascida.

Ela tinha olhos azuis, e cabelos escuros, que já mostravam que seriam encaracolados iguais aos de Gilbert, e era a combinação perfeita dos genes de seus pais, que esperaram com ansiedade sua chegada.

Nos meses de gestação, Anne nunca fora tão feliz. Diferente da gravidez de Nicholas, quando passara os três meses sozinha, lidando com as limitações vindas de sua juventude e por ser mãe de primeira viagem, Anne tivera todo o apoio e amor do mundo.

A garotinha bocejou e Anne sorriu com ternura. Rebeca parecia uma bonequinha em seus braços, tão pequena e toda delicada.

O nome da filha fora escolhida por ela, e Gilbert o aprovara totalmente. A origem era hebraica, mas Anne não o escolhera por isso. Na verdade, Rebeca era um nome importante na Bíblia cristã, e como a ruivinha passara boa parte de sua vida no convento, ela sempre tivera certo apreço por ele.

A mãe de Gilbert também se apaixonara pelo nome e mais ainda pela netinha, que fora mimada antes do nascimento.

Fora ela quem presenteara Anne com um enxoval inteiro, além de contribuir com a decoração do quarto da menina. Apesar de a ruivinha achar que era exagero, não tentara impedir sua sogra em nenhum momento.

Anne ainda se sentia culpada por não ter permitido que ela participasse dos meses iniciais da gestação de Nicholas, quando fora embora de Vila Vincenze três anos atrás.

Era certo que não tinha experiência de vida nenhuma naquela época, fugindo de seus sentimentos e do homem que os despertara. Mas tudo o que acontecera servira muito para ajudá-la a amadurecer, a ir atrás de seus sonhos e se permitir viver o amor que Gilbert lhe oferecera em toda sua intensidade.

O resultado fora aquela garotinha de olhos tão parecidos com os seus, que lhe provara quantas coisas incríveis lhe foram reservadas, depois que conheceu Gilbert no salão principal do convento.

Rebeca era tão linda, que Anne mal podia deixar de olhá-la. Ela se lembrou do dia do nascimento da garotinha, que acontecera há dois dias atrás, e o rosto do marido banhado de lágrimas, enquanto olhava para sua princesinha com orgulho.

Gilbert seria um excelente pai, assim como era para Nicholas, agora com dois anos completos.

Os dois eram os melhores companheiros e era lindo de ver como Nicholas admirava o pai. Quando Gilbert estava em casa, o menininho o seguia com os olhos, e seu lugar favorito era se sentar no colo dele, que lhe dava toda a atenção que ele precisava.

Anne sabia que tinha roubado de Gilbert a oportunidade de viver a gestação de Nicholas desde o começo, mas estava feliz que ele pudera acompanhar a de Rebeca desde o teste que Anne fizera para descobrir se estava grávida.

Ele a presenteara com um colar de diamantes no dia em que a garotinha nascera, mas isso não fizera diferença nenhuma para Anne, pois o melhor presente que ele pudera lhe dar fora o companheirismo durante os nove meses de gestação e seu sorriso maravilhoso de felicidade.

Naquele instante, como se tivesse emergido dos pensamentos dela, Gilbert entrou no quarto. Ele usava jeans escuro e camisa polo branca que contrastava com sua pele bronzeada, fazendo com que Anne suspirasse baixinho.

A cada ano que passava, seu marido ficava mais bonito. Ele estava com trinta e três anos e sua masculinidade estava no auge. Anne percebia bem como as mulheres o olhavam por onde ele passava. Ela bem poderia ser uma esposa ciumenta por isso, mas não era, porque Gilbert sempre deixava claro quem era a única mulher a quem ele devia devoção.

Passion and Desire- Anne with an eWhere stories live. Discover now