Capítulo 21- Tão longe e tão perto

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Olá pessoal, esse capítulo ficou enorme, mas valeu a pena escrevê-lo apesar da complexidade toda. Espero que possam sentir a emoção dos personagens como eu tentei passá-la, e por favor me deixe seu voto e comentário como incentivo para o próximo capítulo. Boa Leitura. 

ANNE E GILBERT

Era um fim de tarde encantador em Bali, cuja temperatura continuava tão agradavelmente quente, o que fizera Anne descobrir de forma surpreendente que ela preferia caminhar nas areias quentes daquele lugar paradisíaco, do que congelar até os ossos no inverno rigoroso do Canadá. Ela nunca pensara que gostaria tanto assim da vista da sua janela que servia como um espelho do mar que brilhava todas as manhãs como um imenso diamante diante de seus olhos. Gilbert lhe dera o melhor quarto da casa, talvez por saber o quanto ela se sentiria confortada com aquela visão magnífica em seus momentos mais solitários. E só Deus sabia o quanto ela estava se sentindo solitária desde que recebera a notícia de que seu pai e irmão tinham chegado a Bali para a reunião anual de empresários que aconteceria em diferentes partes do mundo, como Gilbert lhe explicara.

Prestes a ser jogada na cova dos leões, ela passara os últimos dois dias se escondendo em seu quarto, pois tinha a sensação que era o único lugar seguro para ela agora. O Conde não a havia procurado naqueles dois dias, talvez intuindo que ela quisesse ficar sozinha, embora Anne estivesse sentindo terrivelmente a falta da presença dele ao seu redor, dos braços onde encontrava segurança, e do olhar intenso que desvendava cada um de seus pensamentos, fazendo-o consciente de tudo o que ela mais precisava. Todas as barreiras que tentara construir entre ela e Gilbert tinham sido derrubadas, e se sentindo completamente vulnerável diante dele, Anne sabia que não tinha mais condições de esconder o que sentia, por mais que não o confessasse em voz alta, ela tinha certeza que o Conde podia sentir cada batida de seu coração por ele, quando a beijava ou a amava com paixão.

O que a deixava muitas vezes impressionada era perceber que apesar de ser um homem duro na maior parte do tempo, o Conde era extremamente delicado quando fazia amor com ela. Ele se preocupava em deixá-la confortável, levando em conta sua inexperiência, e jamais impunha sua força, tocando-a sem pressa, fazendo do prazer dela a coisa mais importante do mundo para ele.

Quando se conheceram, Anne pensara que Gilbert fosse um homem egoísta, incapaz de uma gentileza sequer com a mulher que estivesse com ele na cama, deixando seu lado machista prevalecer, enquanto o papel de sua parceira seria apenas o de servi-lo como um rei em sua alcova.

E que surpresa incrível tivera ao descobrir que sua imagem dele estava totalmente equivocada, e que cada vez que ficavam juntos de forma íntima era ainda melhor que a última vez, porque ele a tratava como se fosse feita do mais fino cristal.

Como Gilbert Blythe era apaixonante! Sua contradição de sentimentos e suas mudanças de comportamento a deixavam completamente fascinada. Anne sabia que não devia ser assim. Se tivesse juízo o suficiente ficaria o mais longe possível dele, porém, seu coração já tinha sido conquistado, e ela não conseguia se afastar porque o amava da forma mais absurda possível, como uma viciada a espera da próxima dose de sua droga favorita, e Gilbert era sua droga, pois já tomara conta de seu sistema sanguíneo inteiro.

No entanto, era um amor sem esperanças, pois embora ele claramente se sentisse atraído por ela, não havia nada que o prendesse a ela, a não ser o desejo que ele sequer disfarçava. Contudo, a mulher que ele amava tinha olhos verdes e não azuis, e tudo o que Anne representava no coração daquele homem incrível era uma pálida substituta para quem ele realmente queria. Anne pensara que depois de ter absorvido aquela constatação profundamente, não doeria mais, no entanto, com a iminência daqueles meses ao lado dele se acabarem em pouco tempo, ela sentia a dor mais viva do que nunca. Como queria mais tempo com ele, para poder compreendê-lo melhor, para poder adentrar aquela casca que ele mantinha em volta de seus sentimentos, e conseguir enxergar com clareza com que profundidade ele conseguia viver cada emoção, cada tristeza e cada alegria, pois mesmo que ele lhe parecesse tão frio, ela sabia como Gilbert era intenso, porque não havia frieza nenhuma na maneira como ele a tomava nos braços, tocava seu corpo ou a beijava de um jeito que era impossível não perder a cabeça.

Passion and Desire- Anne with an eNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ