24 - Desalento

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* Antes do capítulo começar, queria avisar que encaixei uma música no contexto dos acontecimentos aqui presentes. Sintam-se a vontade se quiserem ler escutando a música ou colocá-la no fim da leitura: Iris - The Goo Goo Dolls.

Pov's Fernanda

Isso não pode estar acontecendo. Alane estava aqui, do meu lado, há exatamente 1 hora. Por que Matheus apareceu? Eu sou a culpada de tudo isso!! Alane está no hospital por minha culpa! Se eu tivesse dito isso antes para ela, não teria acontecido o que aconteceu. Eu preciso de ajuda. Eu definitivamente preciso de ajuda.

Saí de casa às pressas e corri para a casa de Pitel. A minha cabeça estava a milhão. Eu estava desnorteada, sem rumo, perdida.

Bati na porta de Pitel.

-Pitel! Me ajuda, por favor!- a essas horas as lágrimas já desciam descontroladamente por meu rosto.

-Fernanda? O que aconteceu?

-A Alane, Pitel. Ela sofreu um acidente e agora está sendo encaminhada para o hospital. É tudo culpa minha, Pitel!- as palavras saiam da minha boca de forma desesperada.

-O que? Se acalme! Você não tem culpa de nada.

-Eu preciso vê-la, Pitel. Por favor!

-Eu te levo, e você me explica melhor no caminho.

Pitel não pensou duas vezes, pegou a chave do carro e saiu de casa, segurando meu braço em forma de fortalecimento. A cacheada ligou rapidamente o carro e deu marcha, seguindo para o hospital. No caminho, expliquei para ela o que havia acontecido, com dificuldade devido aos soluços, vindos do choro excessivo.

Ao chegarmos lá, fomos correndo até a recepção do hospital, em busca de mais informações.

-Boa tarde. Alane Dias, por favor. Eu quero vê-la.

-Desculpe?- a recepcionista não havia entendido a minha fala.

-Uma moça chamada Alane Dias sofreu um acidente na Avenida a mais ou menos 40 minutos. Fomos indicadas a vir para cá pois, segundo o policial, é para cá que ela virá.- Pitel disse, me ajudando a passar a informação.

-Ah, sim, Alane Dias. Ela chegou a 10 minutos. Os médicos já estão cuidando dela e virão dar notícias assim que fizerem o que for necessário. Isso pode levar de 30 minutos a 1 hora.

-Obrigada!- Pitel agradeceu.

A cacheada encaixou seu braço no meu e me conduziu até a área de espera. O meu estado ainda era de choque. Eu fiquei abismada, espantada, assombrada. Alane é o amor da minha vida, e perdê-la vai ser como perder a mim mesma.

-É tudo culpa minha, Pitel! Eu não vou me perdoar nunca se Alane morrer! - o desespero se fez presente, e eu comecei a me estapear.

-Ei, Fernanda, pare de se bater! Você não tem culpa de nada! Alane não vai morrer, pare com isso! Cadê a Fernanda persistente que eu conheço?- Pitel segurou as minhas mãos com firmeza.

-Não está mais aqui, Pitel. A Fernanda persistente não existe mais sem Alane. Eu não vivo mais sem ela! Eu a quero de volta!!- minha voz agora estava exaltada.

-Não adianta gritar, Nanda. Você não perdeu Alane. Ela está viva, eu sinto isso. Eu tenho certeza que daqui a pouco você vai vê-la. Como foi um acidente, tem a possibilidade de acontecer diversas sequelas, e ela vai precisar de você. Você precisa estar forte para ajudá-la nesse momento difícil, Fernanda. Aqui, ela só tem você.

Pitel está certa, Alane só tem a mim. Mas por que isso foi acontecer justo com Alane? E se eu tivesse a seguido quando ela saiu correndo? Se eu tivesse a segurado? Nós estaríamos juntas, em casa, nos amando, como sempre fazemos. Eu não estaria aqui, aos prantos, com medo de perdê-la.

My cousin - "eyes don't lie" - FerlaneWhere stories live. Discover now