1 - De costume

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Pov's Alane

Hoje, fui acordada com os raios solares em meu rosto, que alertavam o amanhecer do dia. Eu havia esquecido de fechar as cortinas na noite anterior devido ao cansaço que tomou conta do meu corpo, fazendo com que eu apenas me jogasse na cama e dormisse no mesmo instante.

Ontem eu passei o dia todo estudando e revisando alguns assuntos da prova do meu vestibular, por isso a exaustão. Venho me preparando veementemente para esse teste pois sempre foi meu sonho cursar advocacia, e tenho que aproveitar o fato de que terminei a escola a 6 meses.

Se eu passar nessa faculdade, meus pais ficarão extremamente orgulhosos de mim, o que influencia muito na minha afinidade com eles. Todos da minha família são formados e muito inteligentes, então eu seria um verdadeiro desgosto se não seguisse o mesmo critério.

Após despertar e me levantar da cama, fui direto para o banheiro tomar um banho e escovar os dentes. No momento em que terminei de colocar minhas roupas, senti o meu estômago reclamar de fome e só assim eu lembrei: não comia nada desde as 16:00 do dia anterior.

Saí do meu quarto direto para cozinha, esquecendo de cumprimentar até Liz, minha cachorrinha, que veio atrás de mim até eu chegar no destino desejado.

-Me perdoe por não ter falo com você filha, estou morta de fome! - disse, acariciando os pelos macios de Liz.

Eu sabia que essa confusão toda não era só pela fome, havia outro motivo óbvio para isso: a prova do vestibular. Apesar de saber que estou dando o meu máximo, o medo ainda se faz presente. Eu só teria uma oportunidade como essa no próximo ano, não posso esperar muito tempo. Se eu não passar, serei apedrejada pela família por perder essa chance.

Tomei meu café e voltei para o meu quarto, na tentativa de esquecer um pouco a pressão psicológica que estava me agoniando. Tentativa falha, pois no momento em que estava abrindo a porta, minha mãe veio em minha direção.

-Eu espero que já tenha estudado Alane, não era para sair do quarto. Não quero te colocar pressão, mas é evidente que não é tão inteligente quanto eu e seu pai.
- aquelas palavras foram como facadas para mim.

-Eu estudei até a madrugada mãe. Ainda não deu tempo de estudar hoje, apenas tomei banho e vim comer. Mas não se preocupe, já estou indo fazer isso. - Não queria chorar na frente de minha mãe, mas as palavras dela me magoaram e senti meus olhos marejarem na mesma hora.

-Acho bom, só saia do quarto quando terminar tudo. A prova é amanhã, e se não se sair bem, teremos que retirar o que você mais gosta: o teatro. - Sim, em menos de cinco minutos, minha própria mãe havia me apunhalado pelas costas duas vezes.

-Tudo bem mãe.

Apenas entrei em meu quarto e tranquei a porta. Como se já não bastasse a pressão que estava sendo cobrada de mim, parece que o meu pai e a minha mãe não ligam para os meus sentimentos. Não é uma prova que vai definir a minha inteligência. E para piorar, querem me tirar o que me faz feliz, que são as aulas de teatro.

Além da advocacia, sempre gostei muito de atuar também. Os meus pais sempre rejeitaram a ideia de me deixar seguir essa profissão, com a desculpa de que não me daria dinheiro. Mas com jeito, eu consegui fazer com que eles aceitassem as aulas, desde que eu me formasse em alguma outra faculdade.

Eu tive que parar o teatro a 8 meses, pois a escola começou a tomar todo o meu tempo livre com trabalhos no final do ano, mas irei voltar novamente. A primeira aula será na sexta, depois do resultado da prova do vestibular. E sim, as aulas de teatro não haviam nem começado e os meus genitores já estavam ameaçando tirá-las.

My cousin - "eyes don't lie" - FerlaneWhere stories live. Discover now