My cousin - "eyes don't lie" - Ferlane

9 - Desgoto

Pov's Alane

-QUE ÓDIO!- escutei Fernanda gritar assim que eu entrei no quarto. Ela estava de frente para o espelho e com um pente na mão.

-O que foi?- entrei no quarto e fechei a porta.

-Meu cabelo não fica bom de jeito nenhum! Já fiz de tudo: trança, coque, solto, e nada fica bom!- ela realmente estava chateada.

-Posso tentar?- eu não sei por que, mas sempre achei o cabelo de Fernanda bonito. Deve ser porque realmente é!

-À vontade!- Fernanda se sentou na cama, ainda brava. Me sentei atrás dela.

Comecei a dividir e pentear seus cabelos pretos, que caiam sobre seus ombros. Me permiti observar suas costas nua, pois usava um cropped tomara-que-caia.
Fui trançando o cabelo da morena devagar e com delicadeza, se eu a machucasse, ela iria piorar.

-Acabei. Vê se gostou.- Fernanda foi até o espelho, e sorriu ao ver sua imagem.

-Obrigada Lane.- Meu coração acelerou nesse exato momento. Fernanda me chamou de Lane????????

-Por nada.

Eu me retirei do quarto e fui até a sala.

A fala de Fernanda ficou em minha mente. Ela realmente mudou? Ou eu sou iludida e tô pensando besteira? Por que estou me importando com Fernanda? Que saco! Fernanda não sai da minha mente!

Liz chegou no cômodo e veio em minha direção. A peguei nos braços e coloquei em meu colo.

-É Liz, parece que estou entrando em uma cilada!- ri sozinha, observando a cachorrinha fechar os olhos. Certamente ela não me entende de forma direta, e também não vai me responder, mas sempre está aqui quando preciso.

Decidi tentar fazer algo diferente pra tomar café da manhã: hambúrguer.
Fui até a cozinha, peguei as coisas que precisava e liguei o fogo.

-AÍ.- encostei minha mão na panela quente.

-Alane?- quando foi que Fernanda desceu?

-Oi.- maldita hora para isso acontecer.

-Está tudo bem aí?- escutei os passos de Fernanda se aproximando.

-Eu me queimei...

-Oh meu Deus, vou pegar uma pomada e band-aid.- concordei com a cabeça e esperei Fernanda voltar.

-Aqui, venha.- Fernanda pegou a minha mão e me conduziu até a mesa.

Ela pegou a pomada e passou delicadamente em minha queimadura, enquanto eu choramingava. Após isso, o band-aid é posto no machucado, e no momento em que ela faz isso, trocamos olhares e sorrisos de canto.

-Obrigada Nanda.- saiu sem querer, eu juro.

-Por nada. O que quer comer? Eu faço.

-Não precisa não, eu consigo fazer.- ia me levantando, quando Fernanda me impediu.

-Não Alane, aquieta a bunda aí. Vou fazer panquecas, pode ser?

-Pode.

Fernanda realmente está mudada, ou pelo menos ela está fingindo muito bem. É bem mais fácil de conviver com ela agora. Não sei o que aconteceu, mas de fato amoleceu o coração duro que ela tinha.

Observei Fernanda fazer as panquecas, enquanto estava sentada. A morena parece ter uma habilidade boa na cozinha. Ela é incrivelmente bonita.

-Aqui.- ela estendeu o prato em minha direção.

-Obrigada..

Fernanda se sentou ao meu lado e começamos a comer. Além de estarem bonitas, as panquecas estavam deliciosas. Fernanda realmente leva jeito para isso.