Capítulo 29 - Finalmente

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Capítulo Final, em breve o epílogo.


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Se tem algo que sempre me orgulhei muito, é da minha habilidade com as palavras, tanto escrevendo quanto falando, mas dessa vez essa aptidão falhou. Eu simplesmente não sei o que dizer, gaguejo com o microfone na mão sem conseguir me concentrar na pergunta que me foi feita. Eu me perdi no momento em que avistei Cadu naquela plateia, quando nossos olhos se cruzaram em meio àquela multidão, soube que tudo que vinha reprimindo ainda estava intacto dentro de mim.

O restante do evento passou como um borrão diante dos meus olhos sem que conseguisse me concentrar, como se eu estivesse em um piloto automático e minha mente só conseguisse pensar no homem parada ali na minha frente. A todo instante eu corria os olhos pela multidão para encontrá-lo com medo de que fosse perdê-lo em meio a tanta gente, mas ele estava lá no mesmo lugar me esperando com o mesmo sorriso encantador no rosto.

Eu contei os segundos para que aquilo tudo acabasse, quando finalmente aconteceu, minhas pernas tremeram, andei apressado até a saída do palco e de longe avistei ele vindo em minha direção. Eu aguardei na área reservada e, quando ele atravessou finalmente as cortinas que nos separavam do grande público, meu coração voltou a disparar e borboletas tomaram o meu estomago, como deve acontecer com adolescentes apaixonados.

Queria apenas me jogar em seus braços, sentir seu corpo quente junto ao meu e sentir novamente o gosto do seu beijo, mas precisei conter os meus impulsos. Afinal, fui eu quem partiu e o deixei aqui com o caminho aberto para que ele e Helena reconstruíssem a família que ele achava ter perdido. Então, posso achar que iremos nos reencontrar e fazer tudo voltar ao ponto em que tínhamos parado.

Mas não havia mais um oceano nos separando e isso dificultava demais a minha resistência.

— Eu não acredito que você realmente está aqui. — Ele disse, suspirando com um certo alívio. — Eu achei que nunca mais te veria.

— Senti a sua falta todos os dias desde que fui embora, mas achei que estava me odiando por fugir. — admiti.

— Eu tentei te odiar por muito tempo, mas em algum momento percebi que era inútil. Eu jamais conseguiria sentir isso por você.

— Eu não queria ter ido...

— Então por que foi embora? — ele sabia a resposta, mas queria ouvir de mim.

— Eu precisava te dar a oportunidade de ter a sua família de volta. — eu disse contendo as lágrimas que já queriam sair. — A situação era muito complicada, senti que deveria tirar o peso da escolha das suas costas, afinal de contas era obvio qual era escolha certa a se fazer.

— Não sei se é tão óbvio assim.

— Como pode não ser, Cadu. Como eu poderia ser a sua escolha, tendo a mãe dos seus filhos voltando após acreditar estar morta? Eu não poderia impedir que as crianças tivessem a família de volta. Então, eu deixei o caminho livre para vocês reconstruírem o que não poderia ter.

Desastres em ComumWhere stories live. Discover now