Capítulo 22 - Reencontro

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12/02/2019, 10:01

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12/02/2019, 10:01

Av. Telles, Rio de Janeiro – RJ

601B


Nada te prepara para as rasteiras que a vida pode te dar. Mesmo após passar pelas maiores dores que alguém pode ter, ainda é possível ser surpreendido. Você cria uma armadura em volta de si, mas com o tempo as coisas começam a dar certo e você acaba relaxando e é nesse momento que outro inferno astral chega. E é isso que está acontecendo comigo agora, eu fiquei feliz demais nos últimos tempo e destino se encarregou de me mostrar a realidade como ela é.

E nesse momento a minha realidade está péssima.

Eu ainda estava em estado de choque quando cheguei ao meu apartamento, eu só sabia que precisava ficar sozinho e meu cérebro tinha feito o restante do trabalho sozinho, me fazendo caminhar até lá. Minha mente ainda trabalhava freneticamente para entender o que estava acontecendo, todo o trauma que achei que estava começando a superar parece ter voltado à tona, como uma onda gigante me encobrindo e me afogando no mesmo desespero que senti quando recebi a notícia do acidente.

As perguntas em minha cabeça são muitas nesse momento, por que alguém faria algo dessa forma? Por que levar tantas pessoas consigo? Será que ele não pensou em todas as pessoas que ficariam aqui sofrendo por quem partiu? E o pior de tudo é saber que nunca terei as respostas para todas essas perguntas, já que o único que poderia respondê-las não está mais aqui.

Eu ainda estava de pé no meio da sala de estar com respiração descontrolada, sem saber para onde ir ou o que fazer quando a porta do apartamento se abriu de abrupto. Eu o vi passar pela porta de carvalho como um raio, os olhos vermelhos e rosto pálido o faziam parecer abatido, mas era o canto da boca tremendo levemente, um sinal que eu já tinha aprendido a reconhecer em outros momentos de tensão, que me fez perceber que ele realmente não estava bem.

— Não foi ele, Cadu. Eu tenho certeza que ele não faria isso. — disparou assim que me alcançou na sala, suas mãos tocaram meu braço e pude sentir o tremor nelas, isso meu deu a certeza de que ele está em completo choque com o que acabamos de ver na TV.

— Eu preciso ficar sozinho, Ravi. — eu pedi, me afastando do seu toque.

— Por favor, você precisa me ouvir. Eu conheço o Pedro, ele não é esse tipo de pessoa. — ele disse em meio a um choro represado prestes a romper. — Ele não faria isso com ele mesmo, muito menos com outras pessoas.

— Eu não estou pronto pra essa conversa. — eu tentava não perder o controle, só queria que a conversa acabasse e que eu pudesse ficar sozinho para colocar a cabeça no lugar.

— Ele não fez isso, nós estávamos felizes, não é como se ele quisesse morrer. — esbravejou irritado e esse foi o ponto em que não consegui mais me controlar, eu precisei colocar o que estava sentindo para fora.

Desastres em ComumWhere stories live. Discover now