➵ 39: The Pact of Destruction

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Liberdade... O que isso significava para ele? Lembro de me fazer essa mesma pergunta há 5 dias na minha casa. Lembro de dizer o quanto a desejei e o quanto ela era tudo pra mim. O quanto eu ansiava viver, sonhar e acreditar. Com o tempo tudo havia se tornado um fardo, até mesmo viver. Meu pai, meu irmão, minha professora de ballet — ex amante e atual esposa do meu pai —, meu ex namorado, minha melhor amiga, todos eles tiveram a sua oportunidade de me destruir e a utilizaram. E agora percebo que eles nunca foram meus maiores inimigos, mas sim, eu mesma.

Afinal, viver, sonhar e acreditar não depende de mais ninguém além de você mesmo. Eu poderia me quebrar quantas vezes fosse possível, mas ainda assim eu deveria ter me erguido e continuado. Se dançar era tão importante, porque eu não continuei? Por qual motivo eu me destruí tanto assim?

— Você perdeu. — Minhas palavras quase saíram em um sussurro pelo choro embargado em minha garganta.

E como um flashback me lembro das palavras de Hailey, há 7 anos, quando ela me observou abrir a última caixa. Meus lábios quase se rasgavam em um sorriso enquanto ela dizia que o meu stalker poderia ser um velho barrigudo ou um assassino me mandando facas premeditando minha morte. E agora, olha só para isso.

Seus dedos estendem e no meio deles estava a minha máscara. A segurei sentindo eletricidade passar por todo o meu corpo e antes que eu pudesse colocá-la em meu rosto, ele voltou a acelerar o carro, mas dessa vez parando-o em frente ao meu. Praticamente encostando nossas latarias e vibrando o motor do carro como um urro.

Mordi o lábio inferior contendo uma risada e apenas desliguei meu motor, abrindo a porta e saindo do veículo, sendo seguida pelos outros três desconhecidos para em direção à tríade pesadelo.

— Afinal, o que você quer de mim? — Me virei para Loiry com as sobrancelhas arqueadas.

— Acho que isso é um assunto nosso. — Seus olhos oscilavam entre todos nós e eu podia ver o receio através dos olhos dourados.

— Todos somos família aqui, se quiser dizer algo para a nossa Bunny, tem que dizer para todos. — Aiken foi o primeiro a abrir a boca como sempre, passando seu braço por cima do meu ombro.

— O que eu disse na igreja ainda está valendo, Aiken. — Trevor rosnou exatamente como no casamento, enquanto tirava a máscara de seu rosto e isso me arrancou uma risada abafada.

Qual é? Ele está com ciúmes ou o quê?

— Acho que o nosso plano de compartilhar obsessão não é mais válido a partir de agora. — Hunter se encostou na moto e cruzou os braços sobre o peitoral.

Acho que eu nunca veria alguém que fica tão esplêndido com a luz do luar quanto ele. É incrível como a pele se torna ainda mais pálida, os olhos mais intensos como um oceano vasto e limpo e tatuagem de raposa em seu pescoço se torna ainda mais brilhante.

Preciso parar por um instante e respirar, quando eu sequer percebi que prendia o fôlego. E quando pisquei os olhos a fim de desviar minha atenção dele e acabei por encontrar a fúria estampada nos olhos heterocromáticos.

— O que estava passando pela sua pequena cabecinha, Bunny? — Eu realmente tive que me segurar para não rir.

— Você está com ciúmes? — A forma como sua respiração estava pesada o deixava ainda mais fofo.

— Qual é cara? Já chega. Nós já fizemos tudo que tínhamos para fazer, não é Bunny? — Olhei por cima do ombro observando a provocação de Aiken. — Afinal, não tem mais nada para desvirtuar na nossa pequena Bunny.

Por um segundo com os olhos estreitos, eu realmente pensei que Bugsy estava bravo, mas ele apenas virou o rosto para longe e eu juro que eu vi um revirar de olhos. Mas com o pigarro de Loiry, minha atenção foi atraída para ela.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZWhere stories live. Discover now