➵ 32: Under the domain of terror

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Calina Sartori
Dias atuais...

A porta do elevador abriu-se e por ela, passei apoiando Trevor em meu ombro que mais uma vez parecia fraco. Os pontos não abriram totalmente, mas todo o nosso esforço o fez sangrar mais do que deveria. Talvez eu deveria estar me amaldiçoando por fazê-lo sofrer mais um pouco, mas eu não estava dando a mínima. Observá-lo tão devoto, poder enfim sentir seu amor, olhar dentro do seus olhos e tocar cada canto de sua pele. Isso era extraordinário.

Trevor se tornou a minha perdição no dia em que o vi pela primeira vez. Me fez ansiar coisas que talvez eu nunca poderia alcançar, uma espécie de lance perigoso, mas quem diria que ele forçaria todas essas coisas a chegar aos meus pés.

A noite de anarquia tinha um significado muito maior agora, não se tratava apenas de jovens mascarados surtados desejando adrenalina ou qualquer outro tipo de merda. Mas se tratava de um homem obcecado que faria qualquer coisa por sua amada. E eu me sinto nas alturas por saber que ela sou eu, nenhum pouco assustada por suas palavras ou por suas atitudes. Saber que nada foi um mero acaso, que talvez tudo isso fosse um destino enlaçado, forçado por ele em um nó que nunca seria desatado, mas ainda sim um destino.

Eles trouxeram um peso pra minha vida, não posso dizer que não me sinto frustrada ainda por todos os 6 anos vivendo na merda. Mas... Se não fosse por eles, eu ainda estaria dentro daquela casa, sendo manipulada e machucada pela minha própria família. Pessoas que deveriam ter responsabilidade afetiva, que deveriam me amar acima de tudo e todos.

Mas foi aqui onde encontrei uma família, um amor, impuro e profano, mas verdadeiro. Pessoas que não me transformaram na melhor personificação de uma boneca, que me quebraram, mas não da mesma forma estrondosa. Afinal, a tríade pesadelo realmente jogou a liberdade de escolha nos meus pés e me transformou em algo muito maior do que uma observadora que deixa vida fluir diante seus olhos.

De uma forma louca e inesperada. Com fogo e paixão. Com dor e prazer. Com devoção. Mas eles me libertaram daquela gaiola e eu nunca voltaria a ser aquela Calina Sartori.

O monstro foi realmente solto e está ansiando por sangue. E eu vou derramar de todos aqueles que forem necessários ou que ousarem atrapalhar. Agora eu não me importo em realmente me tornar uma assassina e carregar esse título com louvor. Sem um pingo de culpa ou remorso em minhas veias.

— O que vocês fizeram? — Aiken entrou no meu campo de visão tirando-me dos meus pensamentos, usando apenas sua cueca boxer branca, caminhando como se estivesse em uma passarela.

As linhas em sua testa começavam a marcar a preocupação ao olhar o ferimento aberto mais uma vez, mas o sorriso malicioso ainda dominava sua face. E mesmo a curta distância eu conseguia observar sua pele parcialmente com marcas vermelhas, o pescoço levemente marcado com roxos de chupões que começava a surgir. Mordi meu lábio inferior tentando conter a resposta que estava na ponta da minha língua, mas Trevor bufou ao meu lado, logo após dando uma risada.

— Exatamente o que vocês dois fizeram juntos, mas com certeza nós fomos mais intensos... — Aiken tomou meu lugar levando-o até o sofá, colocando rapidamente a luva em suas mãos enquanto balançava a cabeça negando.

— Não se preocupe, Bugsy. Da próxima vez não deixaremos vocês de fora e podemos ser todos intensos juntos. — Passei por ele acertando um leve tapinha em suas costas, tirando uma gargalhada de seus lábios.

Ok, nossa terapia em conjunto foi algo realmente extraordinário e eu jamais poderia dizer que não gostaria de repetir. Foi intenso, todos pareciamos nos divertir e não era como se precisássemos daquilo, era apenas diversão. Dominada pela raiva de uma curta vingança, que durou menos do que deveria. Eu gostaria de ter me deliciado mais, visto suas faces frustradas, mas ainda com o pouco foi hilário.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora