Capítulo 7.

78 16 0
                                    

Elizabeth on !
🪐🔭📚🎋🎀

Hoje eu faltei na escola para poder ir a minha aula de artes, hoje a professora pediu para que começasse mais cedo para podermos aprofundar mais na hora da arte sem interrupções. Então hoje, a aula terá 4 horas de duração e eu confesso que estou muito animada para isso! Já tenho os temas em mente, tintas, tipo e tamanho da tela.

Me lembro muito bem da minha primeira aula naquele curso, foi a primeira fez que me senti confortável em um lugar cheio de adolescentes da mesma idade que eu. Aquele curso era sustentado pelo governo do estado, então tinha muitas pessoas com vivências diferentes da minha. Então acabo aprendendo com pessoas que tem a mesma idade que eu!

Uma vez fiz amizade com uma garota chamada Alika, ela veio da Nigéria a pouco tempo e trabalha junto da sua família no Brás vendendo peças de roupa, ela é um ano mais velha que eu e me conta muito sobre sua vida fora do curso de arte, oque muitas vezes para mim é outra realidade.

Conversamos muitos sobre as questões raciais também já que é algo muito aceso em ambos dos nossos cotidianos. E a gente debate para achar alguma solução, e ainda que temos muitas experiências iguais vemos o quão nosso estilo de vida é diferente e sofremos racismos diferentes.

-Elizabeth, você não entende! -  exclamou, sua voz carregada de emoção. - Não podemos simplesmente sentar e esperar que as coisas mudem. Precisamos agir!"

-Eu entendo, Alika. Mas às vezes é preciso paciência e perseverança para criar mudanças significativas. - Eu respirei fundo, tentando manter a calma diante da Alika.

Alika bufou, frustrada com minha resposta. No entanto, depois de um momento de silêncio tenso, ela suspirou e se recostou em sua cadeira.

-Desculpe, Elizabeth. Às vezes, meu temperamento me domina.

-Não se preocupe, Alika. É isso que faz você ser quem você é. E é por isso que eu te admiro tanto.

Depois dessa discussão, acabei pro ficar em silêncio pro algum tempo e procurando não me irritar de alguma forma.

-Entrou um garoto loiro na minha sala. - tento puxar assunto com Alika novamente, já que ela sempre se mostrava curiosa para saber sobre minha vida.

-Não gosto. - ela se refere ao garoto.

-Ué, porque? - a questiono.

-Não gosto de homem desse jeito. - ela empina o nariz como sinal de rejeição.

Reviro os olhos para ela e volta para a pintura, Alika hoje estava bem mais ácida que o normal.

-Tem que fazer assim. - ela me diz, seu sotaque era bem explícito.

Ela me mostra uma técnica de pintura, que eu obviamente não dominava.

-Alika, eu não consigo fazer. Não adianta! - ela a falo frustrada. - Vou esperar a professora vir até mim e me explicar.

Ela não parecia satisfeita com a minha resposta é revirou os olhos, era sempre assim, Alika gostava das coisas do seu jeito e eu não a julgo! Pois sou igual.

A professora se aproxima, e seus olhos pareciam interessados em minha pintura. Quando ela olha provavelmente já capita onde eu tenho a dificuldade.

-Passe o pincel assim. - ela toca em minha mão e me auxilia na pintura, e vejo que não era muito difícil o quanto eu pensava. 

-Disse que era assim. - Alika diz e solta uma risada nasal.

Eu apenas a olho sorrindo, e a professora da de ombros para o comentário já que não era com ela.

A professora acabada por ajustar o seu tema no meia da aula, oque deixou muitos ali irritados pela mudança repentina. Feito isso, não desisti daminha ideia passada, não irei mudar agora de tema porque uma senhora me pediu.

Eu estava pensando nesse quadro a tempos, depois que vi algumas coisas relacionas as estrelas e a via láctea. Uma foto em específica que um dos maiores telescópios do mundo fez de uma nebulosa me deixou apaixonada! E decidi que aquela fofo seria minha inspiração para a aula de hoje.

Mas quando acabo o quadro fico insatisfeita.

-Ah, que maravilha!- murmurei sarcasticamente para mim mesma, observando a tentativa frustrada de capturar a beleza efêmera da nebulosa em meu papel. As cores, em vez de dançarem harmoniosamente como os gases cósmicos, pareciam mais com manchas indistintas e desajeitadas.

Com um suspiro de descontentamento, afastei-me da minha obra-prima falha, sentindo-me mais próxima de uma estrela queimada do que de uma artista inspirada.  "Bem, pelo menos não estou iluminando o universo com minha genialidade"pensei com um toque de sarcasmo, antes de decidir que era hora de uma pausa e uma nova abordagem criativa.

A professora por outro lado amou a pintura, dizendo que o contraste de cor ficou perfeito e que casaram entre si, pensando igual a ela imagino que o casamento está arruinado, o marido só volta tarde da noite do bar enquanto a esposa chora até de madrugada pensando o porque com ela.

-Tá bonito. - Alika diz também.

A pintura dela estava incrível, a minha nem se compara com a dela. Me senti humilhada por um momento.

-Achei que ficou tão feio. - faço uma careta olhando para a pintura falha.

Me levanto e a jogo no canto da sala, onde tinha um amontoado de obras - de maioria minha. "Mais um para muralha.", pensei.

Esse capítulo foi uma pequena homenagem a minha professora de ética que me emprestou um livro incrível chamado "Americanah".

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢Onde as histórias ganham vida. Descobre agora