Epílogo

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"Bem vindos ao Hazbin Hotel, sou Charlie, a rainha do Inferno! O único polo de redenção 100% confiável e com eficácia garantida! Mandamos almas com eficiência ao Paraíso utilizando a parceria direta com Emily, a Serafim Mestre!"

"Eu sou Emily, prazer. O novo programa identifica seus pecados em vida e faz uma lista personalizada para você, pecador, se redimir do que fez de errado. Alguns são mais fáceis que outros, mas todos tem solução!"

"Venham para o Hazbin Hotel!"

Vaggie desliga a TV. O novo comercial é um completo sucesso. Desde a ascenção de Charlie ao trono infernal e de Emily ao Paraíso, a redenção se tornara uma tarefa cotidiana. Ela tem tanto orgulho da esposa.

É vasta a quantidade de almas que sobem todos os dias, igual as que descem. Os frutos podres dentro de portões divinos não iriam se manter mais. Quando Angel e Husk subiram, ocorreu uma festa gigantesca que pôde ser ouvida em todo Anel do Orgulho.

Passou quatro anos desde a queda de Serah e a Grande Guerra Infernal - como os livros de história resolveram chamar. Os traidores que sobreviveram foram presos, Paimon é o novo pecado da Ganância e Rosie, felizmente, teve sua chance de sair da cadeia em troca de auxiliar no programa de redenção da vossa majestade - a soberana se abrigou na cidade canibal o conflito inteiro. Gabriel, o único príncipe remanescente, fora aprisionado e condenado à queda no submundo.

Em homenagem aos bravos homens que tiveram suas vidas ceifadas em batalha, criou-se o memorial Pentious, que Cherri organiza e expõe as armas utilizadas no conflito e fotos dos mortos.

Semanas após a batalha final, Lúcifer apareceu de surpresa na reconstrução do Hazbin Hotel. O superior, de fato, financiou a redenção e apoiou até o fim.

"Pai! Pensei que fosse ficar mais tempo no escritório." A garota o recepcionou com o sorriso doce cotidiano.

"Eu preciso conversar com você, filhota."

Os dois se direcionam para um trailer que Charlie divide com Vaggie - moradia temporária até a finalização das obras . Ela fecha a porta.

"O que houve? Alastor reapareceu?"

Ele não havia contado. Não sabia como contar. O pecador sumiu e ninguém o encontrara. Ficaram preocupados que sua ausência significasse futuros problemas. Bom, não significava. Isso, porque o cervo estava sob os cuidados de Luci em seu Palácio.

Quando ele recolheu o corpo recém curado da cela, levou imediatamente para o castelo Morningstar. Repousou o doente e ficou as noites seguintes ao seu lado. Algumas vezes, a dor e ódio de ser traído reacendia no peito e ele resistia a vontade de fazer justiça com as próprias mãos.

Me perdoe. Eu te amo. Essas foram as palavras de Al.

Como uma teia, tudo se ligou no fim. As pizzas, a adaga, a mãe sequestrada. Ele tirou algumas conclusões, mas não possuía o suficiente. Afinal, Lilith o contou que ele havia traído antes de morrer.

Teria Alastor se arrependido? Esse cervo egocêntrico se arrepende de algo? Luci não sabe, portanto, espera descobrir quando ele acordar.

E aconteceu em uma madrugada qualquer. Como costume, foi checá-lo, pois os ferimentos causados pelo divino o deixaram em coma.

Um grunhido o assustou quando se sentou em uma cadeira no canto do quarto.

"Onde estou..?" A voz fraca e sem o tom radializado surgiu.

"No meu Palácio."

"Morningstar? Que.. Por que eu estou aqui?" Uma linha de indignação cortava seu olhar. "Era para eu.. não. Isso não está certo."

Killing me | RadioappleWhere stories live. Discover now