O verdadeiro plano de ação

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Obs: Parte da história da Charlie foi adaptada para a fanfic.

Boa leitura

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A realidade é um prato frio e sem graça. Você tenta degustar aquela refeição, finge ser a mais deliciosa que já experimentou apenas para se sentir melhor consigo mesmo, quando, na verdade, tudo é bem mais simples do que quer acreditar. A vida pode ser decepcionante. Te frustra várias vezes, incontáveis momentos de sofrimento e quebra de expectativas. Essa comida pode ser vazia como a traição de alguém que você aprendeu a amar.

Não significa que ela não importe. No fim, é só esquentar o prato e ele terá um gosto melhor. Colocar um tempero diferente e acrescentar um suco para saborear a refeição. Alastor o ensinou diversas formas de degustar uma comida, ainda que seja sem graça. O cervo ensinou Lúcifer a melhorar a própria realidade.

Para, enfim, destruí-la.

A vida tende a ser deprimente.

Eles escaparam com certa facilidade, os celestiais confiaram demais nas grades angelicais, o problema real foi encontrar um local para se abrigar. Assim que os anjos descobrissem a localização de Lúcifer, Charlie e Vaggie, iriam com certeza matá-los.

Passaram pelos quartos com o coração apertado. Inúmeros cadáveres decoravam o ambiente, sangue nas paredes, restos do que um dia foram pecadores. A loira precisou fechar os olhos para conseguir atravessar sem vomitar. Ainda que ela não enxergasse, sabia como o seu amado hotel se encontrava. A dor invade o peito. Não pôde segurar as lágrimas quando, enfim, escapou. Fugiram pela Torre de Maçã, que possui uma entrada diferente da principal do Hazbin Hotel.

Um dúvida correu por Lúcifer e Vaggie ao não achar o corpo de Angel, Husk, Niffty ou Cherri. Talvez eles tivessem se atrasado para voltar. Ou os levaram para um lugar distinto. A dúvida é uma ferida cruel.

Morningstar, felizmente, recuperou-se rápido e mudou sua aparência para se infiltrar na multidão de pecadores da cidade. Charlie, em contrapartida, não pode realizar o ato. O alado invocou capas para esconder os rostos da filha e nora.

"Vaggie, você está melhor?" Sussurra conforme eles caminham pelas ruelas.

"Sim, senhor. Não se preocupe, já levei golpes piores." Apesar disso, a pele pálida revela o contrário.

"Não precisa ser forte o tempo todo, meu bem." Char tem o braço no ombro da companheira, auxiliando-a a andar. Vag sorri pequeno.

A garota os guiava pelo centro, os dois a seguiam sem saber para onde ela iria.

"Aonde você quer ir, filhota?"

"Estamos perto."

A princesa, mesmo com seu título, raramente fazia aparições públicas. Muitos a conheciam por nome e retratos, as vezes, os projetos sociais que ela tentava promover, porém, poucos tiveram contato efetivo com ela. Claramente, isso mudou com o surgimento do seu empreendimento pela redenção, já que era necessário ela vir a público. Bom, seu pai pertencia aos muitos que não sabiam nada sobre ela, tendo uma relação paterna somente quando criança.

Havia um local que os anjos jamais desconfiariam, pois sequer Luci sabia aonde ficava. Como o governante era distante, não tinha ideia em qual lugar a filha morava anos atrás.

Nesse período, a garota namorava um aristocrata filho do governante do Anel da Inveja, Seviathan Von Eldritch. Um jovem ambicioso e, diferente da ex-namorada, maléfico. O início da relação começou por uma paixão estudantil, evoluiu para um namoro sério e passaram a morar juntos. No fim, terminaram após alguns anos. Vaggie sabia desse apartamento, mas elas nunca viveram ali. A residência inóspita virou um galpão para quinquilharias e velharias.

Killing me | RadioappleWo Geschichten leben. Entdecke jetzt