Killing me | Radioapple

A coleira

"Como assim o Husk simplesmente sumiu?"

Vaggie ainda vai matar alguém. Ela aperta sua lança contra o chão para não atingir ninguém no calor do momento. Encara Angel com fúria nos olhos.

"Como caralhos você perdeu o Husk?"

Angel tinha feridas abertas em seu rosto mergulhadas de culpa. Ele solta com a voz falha.

"Valentino."

Durante o exercício de confiança, Dust recebeu uma ligação estressada de Valentino para que corresse ao trabalho o mais rápido possível. Seria um dia cheio de filmagens e homens, uma rotina cansativa a cada duas semanas. Os gritos estressados da mariposa atraíram a atenção de Husk, que seguiu o namorado até seu trabalho.

Vários atores belos enchiam o estúdio de Valentino, trajando poucas peças e acessórios de couro. Anthony estava sendo preparado para o início das gravações em seu camarim quando o gato adentrou a alcova furtivamente.

"Husk?" Perguntou baixinho. O maior cobriu sua nudez com um roupão de plumas "O que tá fazendo aqui?"

O felino se escondeu no biombo, puxando o amante com ele.

"Acha que eu não ouvi o que aquela barata falou?" Dust franziu o cenho "Caralho, Anthony, ele ameaçou arrancar um par de seus braços."

O branco mordeu o lábio inferior. O cafetão já fez ameaças piores, as quais nunca poderia contar ao amado.

"Ele nunca cumpre as ameaças. Eu sou o ganha pão dele, lembra?" Forçou um sorriso que diz 'Tudo vai ficar bem'

"Não importa." Husk acariciou gentilmente a bochecha dele "Ficarei aqui para evitar qualquer imprevisto, ok?"

Anthony confiava no namorado. Ele tem noção que o gato não é desastrado como Charlie e não irá atear fogo no estúdio. Ainda assim, um fio de preocupação correu sua face. O quadrúpede percebeu e selou com delicadeza os lábios da aranha.

"Baby.. Eu te amo." O coração de Dust aqueceu. Ele retribuiu o selinho.

"Também te amo." Fez um cafuné no felino. Os berros do inseto cafetino interromperam o momento. A aranha correu até o estúdio, iniciando seu dia de trabalho.

Tudo ocorria normal, a rotina pesada se tornara banal após tantos anos sob as correntes de Valentino. No entanto, desde que Husk se tornou mais que um amigo, outras prioridades surgiram. Ele se acostumou a filmar rápido com o fito de encontrar o amante e ser incrivelmente apático fora das telas, o que contrastava com a animação falsa de antigamente. Angel deixou de se autodestruir. Óbvio que o felino não o mudou sozinho, Charlie e os outros foram fundamentais, além da própria vontade da aranha, mas ele teve um papel crucial para essa mudança.

Afinal, Angel percebeu que poderia ser verdadeiramente amado por quem ele era. Husk ama Anthony.

"Corta!" Valentino gritou. O aracnídeo parou o ato e o encarou, confuso. Para recobrar a consciência do contratado, a mariposa puxou Dust pela nuca "Caralho, sua puta. Não tá prestando atenção? Quica direito."

Uma dor aguda se fixou no local que Val tocou. Ele devia ter se machucado ali antes em outra filmagem. A aranha acatou as ordens e continuou a tarefa.

Rápido. Ele precisa acabar isso rápido antes que encontrem Husk em seu camarim.

A dor no pescoço protestou. Lateja a cada movimento e posição que o branco se põe. A concentração se esvaiu e a agonia se transferiu para sua região íntima. O prazer converteu-se em tortura. Ele só quer finalizar aquilo logo.