Heroes (David Bowie)

ابدأ من البداية
                                    

    Nem precisou responder, apenas acionou o sinal para a esquerda, pronto para seguir outro caminho. Donghyuck não soltou a jaqueta dele, permaneceu quieto a segurando com a ponta dos dedos. Até o mínimo dos toques era significante, era como recuperar os segundos que sentiram falta de encostar um no outro. Mark nem reclamou, pelo contrário, afastou o braço para que ele pudesse segurar melhor. O coreano deslizou os dedos e segurou nos bíceps alheios, aconchegando um pouco melhor seu corpo no banco, querendo chegar ainda mais perto.

    A escuridão do cemitério de automóveis era como um elemento que ajudava a deixar o cenário ainda melhor para ambos. Mark estacionou, desligou as luzes e virou seu rosto para o lado, procurando em Hyuck as respostas das perguntas que silenciosamente fazia.

    — Eu só quero conversar. — e aquela resposta dizia que Donghyuck o conhecia o suficiente para o ler perfeitamente. — E, dessa vez, quero que você me escute até o fim.

    O outro nada questionou, permaneceu em silêncio, acatando o pedido com um aceno sutil. Hyuck ajeitou-se no banco para ficar um pouco melhor de frente para ele. Nenhum dos dois se atreveu a desviar o olhar, e assim o coreano começou a falar após um longo suspiro nervoso.

    — Pouco depois que você foi embora... Eu fui na casa de Sungchan. Eu perguntei se ele gostava de mim, se queria ficar comigo. Deixei claro que estaria usando ele... E ele aceitou e... E, bem, nós ficamos juntos naquela noite.

    Mark preferia não ouvir, aquilo fez seu coração quebrar um pouquinho mais. Mas, indo contra isso, apenas concordou com a cabeça.

    — Fazia pouco tempo desde nossa briga, eu estava me sentindo um lixo completo. Me sentia usado, abusado, cansado, e traído. Foi difícil pensar em você todos os dias e lembrar das coisas que me disse. Estava machucado demais para pensar se era egoísta ou não... Então eu apenas entrei de cabeça nisso. — comprimiu os lábios, sentindo vergonha do que estava prestes a dizer. — Eu e Sungchan fizemos sexo naquela noite. Eu me sentia vazio, achei que transar com alguém iria me ajudar a preencher isso. — riu fraco. — Mas foi totalmente o contrário, eu só me senti pior. Eu tentei sentir ele, entrar no clima, gostar, mas não consegui. Fiquei imaginando e pedindo inconscientemente para que fosse você ali no lugar dele. Em algum momento eu comecei a chorar... De vergonha e tristeza. Vergonha por ter me entregue a alguém que não era você, e triste por ainda te desejar como sempre. Na minha cabeça você tinha sido sincero, você realmente não tinha sentido nada, eu me senti patético por ainda te querer. Sungchan me abraçou, e eu não consegui fazer nada além de chorar até dormir. Eu não sentia nada além de um vazio imenso deixado por ti. E, para tentar resolver isso, decidi dar uma chance a Sungchan, imaginando que com o tempo eu o amaria também e iria te esquecer. Mas eu estava errado.

    As palavras cortavam o coração de Mark, ouvir da boca do primeiro homem que amou que ele se entregou a outro era um suplício. Sabia que tinha que ouvir até o fim, mas só de pensar em Sungchan e Donghyuck transando... Isso o fazia querer sair correndo dali.

    — Eu me senti sujo. Vazio. Tudo foi... Ruim. Eu não gostei de nada. Eu só queria você. Eu só pensava em você, Mark... Eu imaginava que era você ali, buscava sempre ficar de costas para ele e de olhos fechados durante os beijos, por ser mais fácil de imaginar você assim... Que estúpido, não é? — riu sem graça. — Eu só... Queria de alguma forma te sentir perto.

    Naquele momento, Donghyuck já estava chorando. Só de lembrar de tudo seu estômago já embrulhava. Se sentia um lixo por Sungchan na época, mas naquela hora ele não sentia nada além de desprezo.

    — O tempo que passamos juntos foi divertido, apesar de muitas vezes me sentir triste por só estar o enganando. Ele... Bem, ele me pediu em namoro um tempo depois. Eu não aceitei, nós brigamos, nos distanciamos... Tudo ficou frio. Mas eu não podia fazer aquilo, eu não queria namorar ninguém além de você, mesmo que eu soubesse que nós dois... Não ia mais rolar. — suspirou. — Então, depois eu descobri a carta que você deixou.

𝟗𝟎'𝐬 𝐋𝐎𝐕𝐄 | markhyuckحيث تعيش القصص. اكتشف الآن