Apart (The Cure)

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    ~Boa noite, esse não será um capítulo leve, na real, eu o acho o mais pesado que já postei até agora. Leia com cuidado e responsabilidade, não o recomendo se você sentir que os assuntos abaixo são gatilhos.

TW: homofobia, agressão física e verbal, daddy issues, menção à suicídio, ansiedade

Sei que vão sair daqui me odiando, mas faz parte kkkkk é isso

Leiam com bastante cuidado
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Bjs e eu amo vcs<3

[⛸]

    Mark entrou em casa de cabeça baixa, o rosto sério e carrancudo de sempre, mas dessa vez os olhos denunciavam a dor que sentia. Estava tão magoado e cansado, era difícil ser sempre julgado pelo seu jeito mais bruto. Claro, ele deveria mudar, mas... Para quê? Se ele ninguém acreditava que ele era bom, para quê mudar?

    Ele suspirou, tirando os sapatos e os deixando no canto do tapete. Tirou a jaqueta também, jogou de qualquer jeito no cabide e seguiu para as escadas. Olhou para a sala ao passar por ela, viu o pai de cabeça baixa com um copo de conhaque em mãos. Não encarou, apenas continuou seu caminho.

    — Mark Lee. Venha até aqui.

    Paralisou no primeiro degrau. Apertou o corrimão e respirou fundo. Porra, seu dia já estava fodidamente péssimo, ainda tinha aquele homem para terminar de foder com tudo? Apenas contou até dez em sua cabeça e deu meia volta, caminhando calmamente até a sala. O pai ficou de pé com sua chegada, se aproximou coçando a barba bem feita e o encarou com aquele semblante frio e maldoso. Aquele homem era genuinamente perverso, qualquer um que visse poderia sentir o medo que ele queria passar.

    — Senta. — disse ríspido.

    Mark sentou no sofá e deixou as mãos sobre o joelho. Iria receber uma bronca, era certo, mas qual o motivo? Ele não lembrava de fazer nada ultimamente.

    — Eu ouvi algo patético circulando por aí... Chegou aos meus ouvidos de você e um... Moleque. — desdenhou. — Me disseram que você anda sempre de carro com esse garoto, que eu não faço ideia de quem seja. E eu queria saber... É verdade que você anda saindo e beijando um dos garotos do seu time?

    Caralho. Merda, merda, merda. Mark travou. Como ele sabia daquilo? Quem havia contado? Quem havia os visto?!

    As mãos apertaram a calça jeans que usava. Ele engoliu em seco e encarou os olhos duros do pai. Não tinha para onde correr. Ele não queria fugir. Ele era um homem de verdade. Ele não iria fugir.

    — Sim, pai. É verdade. Não sei quem o contou, mas é verdade.

    Senhor Lee rangeu os dentes e olhou ao redor, ele respirou fundo e quando voltou a encarar Mark seus olhos pareciam em chamas de ódio.

    — Então você, meu filho, é uma bichinha?

    — Sim, eu sou. — falou firme.

    O velho jogou o conhaque que sobrava em seu copo no rosto do filho. Mark abriu a boca, sentindo o rosto molhado e o cheiro do álcool tampando suas narinas. Ele ergueu o olhar, chocado, e Senhor Lee arremessou o copo ao chão, o quebrando em pedaços pequenos. Mark piscou com o susto, mas sustentou aquele olhar. O homem o segurou pelos cabelos e o puxou para levantar.

    — Me escute bem... Filho meu não vai me dar essa decepção. Eu não aceito que você seja uma aberração. Você não vai manchar o nome de nossa família. Você é um Lee! — gritou. — Então, se você tem um pingo de vergonha nessa sua cara, você vai ajoelhar agora e pedir perdão por ser tão sujo e defeituoso assim!

𝟗𝟎'𝐬 𝐋𝐎𝐕𝐄 | markhyuckWhere stories live. Discover now